UE acusa Rússia de fragmentar paz com mísseis iranianos e soldados norte-coreanos

por Lusa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen acusou hoje a Rússia de estar a "fragmentar os alicerces da paz" e a escalar a guerra ucraniana "com o apoio de `drones` e mísseis iranianos e soldados norte-coreanos".

"A Rússia, membro deste mesmo G20, está a escalar a guerra na Ucrânia com o apoio de `drones` e mísseis iranianos e soldados norte-coreanos", disse Ursula von der Leyen no seu discurso perante os líderes do Governo e chefes de Estados das 20 maiores economias mundiais, na cidade brasileira do Rio de Janeiro.

"Quem aqui acredita que `drones` e mísseis iranianos ou soldados norte-coreanos poderiam alguma vez trazer paz à Europa?", questionou a responsável europeia, frisando que estas ações apenas atrasarão a paz na Ucrânia e vão aumentar as tensões na Ásia Oriental e Médio Oriente.

Há várias semanas que correm notícias de que Pyongyang enviou milhares de tropas para a Rússia, com o Ocidente e a Ucrânia a afirmarem que já se encontram na região fronteiriça russa de Kursk.

A Rússia ameaçou hoje adotar uma "resposta apropriada" no campo de batalha no caso de a Ucrânia disparar mísseis norte-americanos de longo alcance contra o seu território, após luz verde de Washington sobre a sua utilização.

"O uso de mísseis de longo alcance por Kiev para atacar o nosso território significaria a participação direta dos Estados Unidos e dos seus satélites (...), bem como uma mudança radical na essência e na própria natureza do conflito", declarou a porta-voz da diplomacia de Moscovo em comunicado.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse em setembro que essa autorização ocidental "significaria nada menos do que o envolvimento direto dos países da NATO na guerra na Ucrânia".

A decisão de Washington foi revelada no domingo pelos meios de comunicação social norte-americanos, após mais um fim de semana de ataques russos em grande escala e mortíferos contra a Ucrânia, apenas algumas semanas antes da transferência de poder do Presidente cessante para o republicano Donald Trump e depois da confirmação da mobilização de milhares de soldados norte-coreanos para combater ao lado das tropas de Moscovo.

A continuidade do apoio de Washington foi posta em causa durante a campanha da eleição para a presidência de Trump, cujas declarações levaram a Ucrânia a recear que pretenda forçar o fim dos combates à custa de concessões inaceitáveis para Kiev.

Moscovo, cujas tropas avançam há vários meses em vários segmentos da linha da frente, avisou que qualquer conversação sobre o fim dos combates só poderá basear-se nas "novas realidades territoriais".

Desde o início da guerra, a Rússia declarou como anexadas ao seu território as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo com a Crimeia em 2014.

A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo as cinco regiões anexadas pela Rússia.

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