Ucrânia. Zelensky acusa Vladimir Putin de ter matado Prigozhin

por RTP
Reuters

O presidente ucraniano acusou esta sexta-feira Vladimir Putin de ter matado Evgueni Prigozhin, líder do grupo de mercenários Wagner, que morreu num acidente de avião no mês passado. Zelensky explicou ainda que a contraofensiva ucraniana não está a ter tanto sucesso devido à superioridade aérea da Rússia.

“O facto de ele [Putin] matado Prigozhin, pelo menos é essa a informação que todos temos, e não outra, também revela o seu raciocínio e fraqueza. É importante ele ter-se tornado politicamente fraco”, disse Volodymyr Zelensky numa conferência.

Sendo um dos grandes aliados de Putin no início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, Evgueni Prigozhin tornou-se numa figura de proa na Rússia, liderando um grupo de mercenários da Wagner que esteve no campo de batalha na Ucrânia, especialmente em Bakhmout.

O antigo "cozinheiro" de Putin protagonizaria entretanto em junho uma espécie de motim contra o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, e o general Valery Gerasimov com os seus mercenários a avançarem em direção a Moscovo. Um incidente que colocou Prigozhin na mira de Putin.

No fim do mês de agosto, o avião particular em que viajava Prigozhin caiu, confirmando-se a morte do líder do grupo Wagner. Cedo o Ocidente especulou que o Kremlin estava envolvido, com o secretário de imprensa, Dmitry Peskov, a ripostar contra a posição ocidental sobre o assunto enquanto garantia que todas as hipóteses seriam investigadas, incluindo a de um homicídio premeditado.
Superioridade russa na guerra aérea

Volodymyr Zelensky também abordou a contraofensiva ucraniana na conferência de imprena desta tarde, admitindo que a superioridade russa pelo ar tem travado os avanços da Ucrânia. Aproveitou para lamentar que a ajuda do Ocidente esteja a diminuir e que as sanções a Moscovo devem ser mais incisivas.

“Não estamos no ar e a Rússia está a parar-nos a partir do ar (..) eles estão a impedir a nossa contraofensiva (com a superioridade aérea)”, explicou Zelensky, citado pela agência France Presse. “A guerra está a abrandar. Isso é verdade, reconhecemo-lo”.

Depois da visita de Blinken a Kiev e do anúncio de novas ajudas à Ucrânia, Zelensky criticou a lentidão dos países do Ocidente na imposição de novas sanções à Rússia, mas também no ritmo a que estão a ser fornecidas armas a Kiev, e apelou aos aliados para entregarem munições de longo alcance para que as suas tropas possam atingir as linhas de defesa de retaguarda russas.

“Uma arma específica tem um impacto específico. Quanto mais poderosa e de longo alcance mais rápida será a contraofensiva”, explicou o presidente da Ucrânia.
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