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Ucrânia. Macron pede a aliados que não sejam "cobardes" e dêem "salto estratégico"

por Joana Raposo Santos - RTP
David W Cerny - Reuters

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta terça-feira que está na altura de os aliados da Ucrânia intensificarem os seus esforços e de não serem cobardes. Para o líder, é necessário dar um "salto estratégico".

"Estamos certamente a aproximar-nos de um momento na nossa Europa em que não será apropriado ser-se cobarde", declarou o líder perante uma audiência de expatriados franceses que vivem em Praga.

O presidente francês frisou que tanto França como a Chéquia estão "conscientes de que a guerra está de volta ao nosso solo e de que algumas potências que se tornaram incomparáveis estão a alargar todos os dias a sua ameaça de nos atacarem ainda mais".

"Vamos ter de estar à altura da História e da coragem que ela exige", vincou, sem avançar mais pormenores.

As declarações surgem depois de, no final do mês passado, Macron ter provocado polémica ao discutir abertamente a ideia de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia, numa altura em que a invasão russa cumpriu já dois anos.

Na altura, vários funcionários do executivo francês vieram explicar que o presidente apenas quis estimular o debate e que as ideias discutidas envolviam tropas sem tarefas de combate, mas sim de desminagem, proteção de fronteiras ou treino de soldados ucranianos.
França pondera apoiar iniciativa checa de suporte à Ucrânia
Nesta visita a Praga, Emmanuel Macron discutiu também os planos checos anunciados no mês passado - e apoiados por aliados como Canadá ou Dinamarca - para financiar a aquisição rápida de centenas de milhares de munições de países terceiros para que sejam enviadas à Ucrânia.

No discurso de 26 de fevereiro, o presidente francês sugeriu que o seu país iria contribuir para a iniciativa checa. Não referiu, porém, de que forma esta poderia ser financiada, já que Paris se tem oposto a que a União Europeia use os seus fundos para comprar à indústria de defesa de países fora do bloco comunitário.

Esta terça-feira, Macron abriu a porta ao uso de dinheiro europeu para esse fim. "Penso que, neste contexto, poderia ser feito bilateralmente, em cooperação com terceiros, com financiamento bilateral ou com financiamento europeu, como o do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, que pode ser parcialmente mobilizado para esta iniciativa", declarou.

Kiev tem vindo a alertar para a falta de munições no terreno, numa altura em que as suas tropas tentam conter as forças russas que insistem na ofensiva a leste.

c/ agências
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