Ucrânia. Facebook abre a porta a conteúdos violentos contra o Kremlin

por Cristina Sambado - RTP
Dado Ruvic - Reuters

A Meta, proprietária das redes sociais Facebook e Instagram, vai permitir a utilizadores de alguns países que apelem à violência contra Vladimir Putin e as tropas russas. No entanto, frisa que não permitirá violência contra civis russos.

Nos últimos dias, várias publicações usaram expressões como “morte aos invasores russos”, um apelo que normalmente violaria as regras da Meta. Em resposta, a Rússia apelou aos EUA para que parassem com “atividades extremistas”.

À luz da invasão russa em curso na Ucrânia, fizemos uma exceção temporária para as pessoas afetadas pela guerra, expressarem sentimentos violentos contra as Forças Armadas invasoras”, afirmou um porta-voz da Meta à BBC.

O anúncio da proprietária do Facebook e Instagram surge depois de a agência Reuters ter avançado que acedera a e-mails internos a delinear a mudança de estratégia.

Ao abrigo da nova política, utilizadores das redes sociais de países como a Ucrânia, Rússia e Polónia poderão também apelar à morte de Vladimir Putin e do presidente Alexander Lukashenko, da Bielorrússia.

As mensagens de apelo à morte dos líderes serão permitidas, a menos que contenham outros alvos, ou incluam um local ou métodos.

Os apelos à violência contra russos são também permitidos quando a publicação fizer claramente referência à “invasão da Ucrânia”.
Atividades extremistas
A embaixada da Rússia em Washington já reagiu. E na rede social Twitter acusou a Meta de atividades extremistas.

“Exigimos que as autoridades norte-americanas ponham termos às atividades extremistas da Meta e tomem medidas para levar os responsáveis à justiça”.


“Os utilizadores do Facebook e Instagram não deram aos proprietários destas plataformas o direito de determinar os critérios de verdade e colocar as umas nações contra as outras”, acrescentou.

Na passada semana, Moscovo anunciou que estava a bloquear o Facebook e as suas plataformas, citando 26 casos de “discriminação” contra os órgãos de comunicação social russos desde outubro de 2020.

Apesar do acesso ao Facebook já ter sido restringido na Rússia, não estava completamente indisponível.

Moscovo reprimiu várias plataformas de meios de comunicação social, enquanto prossegue o que apelidou de “operação especial” na Ucrânia.
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