Ucrânia está num caminho "irreversível" para a NATO, afirmam seis países europeus

por Andreia Martins - RTP
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha Reino Unido e Ucrânia com a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, após uma reunião esta quinta-feira em Berlim, na Alemanha. Foto: Nadja Wohlleben - Reuters

Os chefes da diplomacia de seis países europeus reafirmaram esta quinta-feira o seu apoio à Ucrânia no caminho "irreversível" para a adesão à Aliança Atlântica, considerando que "a paz na Ucrânia e a segurança na Europa são inseparáveis".

“Continuaremos a apoiar a Ucrânia no caminho irreversível para a plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à NATO”, afirmaram os ministros os Negócios Estrangeiros de França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido, após uma reunião em Berlim.

Os seis países europeus acrescentam que querem dar à Ucrânia “garantias de segurança para qualquer dificuldade, incluindo forças militares fiáveis e de longo prazo”, bem como apoio financeiro.

“Não pode haver negociações de paz na Ucrânia sem os ucranianos e sem os europeus ao seu lado”, lê-se ainda na declaração conjunta, citada pela agência France Presse.

Insistem também na necessidade de reforçar as capacidades de defesa na União Europeia e assinalam que “a paz na Ucrânia e a segurança na Europa são inseparáveis”.
“Convite é necessário à nossa sobrevivência”
Este encontro acontece numa altura em que aumentam as hipóteses de eventuais conversações entre Moscovo e Kiev, quando falta pouco mais de um mês para a tomada de posse de Donald Trump.

Os Estados Unidos têm sido decisivos no apoio cedido à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, mas muito poderá mudar com a chegada do novo presidente à Casa Branca. 

Nas últimas semanas, Volodymyr Zelenksy tem insistido na importância de um caminho para a integração na Aliança Atlântica, enquanto vários países alertam para os riscos de um conflito direto com Moscovo, caso tal adesão aconteça.

No início de dezembro, por ocasião da visita a Kiev de António Costa, presidente do Conselho Europeu, e Kaja Kallas, chefe da diplomacia europeia, o presidente ucraniano vincou que o “convite para aderir à NATO é necessário para a nossa sobrevivência”.

Dias depois, o Kremlin alertou que a eventual adesão da Ucrânia à NATO constituiria uma ameaça "inaceitável" e mesmo "ameaçador" para a Rússia, posição que tem veiculado desde o início do conflito.

De recordar que a Finlândia e a Suécia foram os dois países que aderiram mais recentemente à Aliança Atlântica. Ambas as nações escandinavas, vizinhas de Moscovo, romperam com décadas de neutralidade na sequência da invasão russa da Ucrânia.

(com agências)
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