Ucrânia considera CPLP "importante plataforma" com crescente peso na cena internacional
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é para a Ucrânia uma "importante plataforma" com um peso crescente na cena internacional, uma das razões pelas quais o país apresentou oficialmente esta semana o pedido para ser Observador Associado.
"O aprofundamento das relações com os países de língua portuguesa, nomeadamente através do diálogo com a CPLP, é parte integrante da política externa ucraniana", assume o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, numa carta dirigida ao secretário executivo da organização, Zacarias da Costa, com a manifestação formal de interesse daquele Estado em ser observador associado.
Na missiva que já está a circular pelos nove Estados-membros da organização e a que a Lusa teve acesso, Kiev considera a organização lusófona uma "importante plataforma criada para unir países de língua portuguesa" com um "peso e autoridade" na cena internacional "em constante crescimento".
No documento, o chefe da diplomacia ucraniana declara o interesse do país em estabelecer "uma cooperação permanente com a CPLP a fim de fortalecer as relações amigáveis e a cooperação mutuamente benéfica com os países membros da organização", em diversos domínios como o político, socioeconómico, cultural, humanitário, da educação e da ciência.
A Ucrânia manifestou, formalmente, na passada segunda-feira, o seu interesse para ser país Observador Associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), confirmou hoje à Lusa Zacarias da Costa.
A informação foi avançada terça-feira por Dmytro Kuleba, num post colocado nas redes sociais, a afirmar que "a Ucrânia pediu para ser Observador Associado da CPLP".
Na missiva, Dmytro Kuleba realça o facto de que a Ucrânia, apesar de ser um país distante geograficamente, "mantém laços históricos com Estados de Língua Portuguesa".
A propósito refere a forte comunidade emigrante ucraniana em Portugal e o número significativo de emigrantes ucranianos no Brasil, assim como a quantidade de estudantes de língua portuguesa que foi e continuará a ser formada nas universidades ucranianas.
A CPLP conta com 34 observadores associados, entre países e organizações, após a aprovação da candidatura do Paraguai, na 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo.
Na cimeira de São Tomé e Príncipe, em agosto passado, foi também aprovado o novo regulamento dos observadores associados, que os vincula a estabelecerem "uma parceria no âmbito dos objetivos gerais" da organização de língua portuguesa - a concertação política e diplomática em matéria de relações internacionais, a cooperação em todos os domínios e a difusão e promoção da língua portuguesa.
Assim, no processo de candidatura à atribuição de categoria de observador associado da CPLP, a entidade que pretende atingir aquela categoria "apresenta a sua manifestação de interesse e exposição dos motivos da candidatura, em carta redigida em língua portuguesa, dirigida ao secretário executivo da CPLP, que a submete ao comité de concertação permanente para apreciação preliminar".
Caso o comité - que reúne os embaixadores dos nove Estados-membros - concorde com o pedido, "o secretariado executivo solicita à entidade candidata o plano de parceria (...), que deve dar entrada no secretariado executivo até três meses antes da data da realização da conferência de chefes de Estado e de Governo", onde será aprovada a candidatura.