Ucrânia. Buscas em mais de 200 centros de recrutamento militar para acabar com a corrupção
O Ministério Público ucraniano lançou operações de busca simultâneas em mais de 200 centros de recrutamento militar. Os investigadores suspeitam do "envolvimento de funcionários" desses centros e dos "responsáveis dos exames médicos e sociais" para ajudar recrutas a evitar o serviço militar.
Estas buscas pretendem erradicar um sistema de corrupção que terá permitido a milhares de rapazes e homens escapar à linha da frente, explicou a acusação nesta terça-feira.
"Os agentes da lei descobriram esquemas de corrupção em grande escala em quase todas as regiões do país. Neste momento, mais de 200 buscas simultâneas estão a ser realizadas em todas as regiões do país em centros de recrutamento", anunciou o gabinete do Procurador-geral, num comunicado, partilhado no Telegram.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha demitido todos os
funcionários regionais responsáveis pelo recrutamento militar no início
de agosto, citando em particular um sistema que permitia o "contrabando
de recrutas através da fronteira".
Zelensky requisitou soldados que têm estado a combater na linha da
frente para assegurarem a coordenação desses centros de recrutamento.
Fugir à guerra
Os investigadores suspeitam “do envolvimento de funcionários dos gabinetes de recrutamento militar, encarregados dos exames médicos e sociais”, sustenta a acusação.
A investigação descreve que, em troca de subornos, “os funcionários ajudaram os cidadãos a obter certificados de invalidez ou a serem reconhecidos como temporariamente inaptos para o serviço. Isto permitiu-lhes adiar ou evitar o serviço militar”, acrescentou.
No final de julho, as autoridades ucranianas anunciaram também a detenção de um antigo comissário do exército, responsável nomeadamente pela mobilização e acusado de corrupção.
A luta contra a corrupção é uma das condições impostas pela União Europeia para a manutenção do estatuto de candidato a membro.
No 18º mês da invasão russa do país, o exército ucraniano, que também está empenhado desde o início de Junho numa difícil contra-ofensiva no sul e leste do país.
c/agências