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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Ucrânia. Ataque russo a café e mercearia faz pelo menos 51 mortos

por Joana Raposo Santos - RTP
Os edifícios atingidos ficaram reduzidos a escombros. Vyacheslav Madiyevskyy - Reuters

Um ataque com mísseis levado a cabo por Moscovo na Ucrânia fez esta quinta-feira pelo menos 51 vítimas mortais, entre os quais uma criança de seis anos. Os civis atingidos encontravam-se num café e numa mercearia da vila de Hroza, na região de Kharkiv. Este está a ser considerado um dos ataques mais mortíferos desde o início da guerra.

Os edifícios atingidos ficaram reduzidos a escombros, indicou esta tarde o governador regional Oleh Synehubov. As equipas de resgate continuam no local em busca de sobreviventes.

O ministro ucraniano do Interior, Ihor Klymenko, disse entretanto que os habitantes da vila, onde moram cerca de 330 pessoas, estavam no café a participar num serviço fúnebre quando foram alvo do ataque russo.

"Havia nesta reunião pessoas de cada família, de cada casa da vila. É uma terrível tragédia", lamentou o governante em declarações transmitidas na televisão ucraniana.

Segundo o responsável, o ataque foi realizado com um míssil balístico Iskander e teve um alvo muito bem delineado. Vai ser aberta uma investigação sobre o assunto.

"Os terroristas atacaram deliberadamente durante a hora de almoço, para garantir o maior número de mortes", disse por sua vez o ministro ucraniano da Defesa, Rustem Umerov. "Não houve alvos militares aqui. Foi um crime ediondo com o objetivo de assustar os ucranianos".
Ataque “deliberado” e “brutal”
Um porta-voz da administração militar regional de Kharkiv afirmou que este é ataque mais mortífero na região desde que a invasão russa teve início, em fevereiro do ano passado. Será também um dos mais fatais entre todos os ataques à Ucrânia desde o começo da guerra.

Em Espanha para a Cimeira de Granada, o presidente Volodymyr Zelensky classificou esta quinta-feira o ataque como “um brutal e deliberado crime” e alertou que "o terrorismo russo tem de ser travado".

"Agora estamos a falar com líderes europeus, em particular, sobre o fortalecimento da nossa defesa aérea e dos nossos soldados, sobre dar ao nosso país proteção contra o terrorismo", adiantou.

Depois do ataque, o presidente russo, Vladimir Putin, veio estimar que a Ucrânia tenha perdido mais de 90 mil soldados desde o início da contraofensiva, em junho.

O líder do Kremlin disse ainda que Kiev já perdeu 557 tanques e cerca de 1900 veículos armados.
“Não haverá impunidade para crimes de guerra”, avisa UE
A União Europeia também já reagiu ao ataque desta quinta-feira em Kharkiv, dizendo que “o terrível terrorismo da Rússia contra a população civil da Ucrânia não mostra sinais de diminuir e atingiu hoje outro marco sombrio”.

“Este foi mais um ataque hediondo contra civis inocentes, além dos contínuos ataques diários e indiscriminados da Rússia perto das linhas de frente – ainda hoje a Rússia atacou um hospital em Beryslav, na região de Kherson”, lê-se numa nota no site da UE.

Bruxelas frisa que “os ataques intencionais contra civis são crimes de guerra” e avisa que “os líderes russos, assim como todos os comandantes, perpetradores e cúmplices destas atrocidades serão responsabilizados”.

“Não haverá impunidade para crimes de guerra”, alerta a UE, passando a louvar “a força, a coragem e a resistência do povo ucraniano”.

c/ agências
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