Ucrânia. Assembleia Geral da ONU condena anexações russas com apoio esmagador de 143 países

por RTP
A resolução condena claramente os "referendos ilegais" da Rússia. Reuters

Três quartos dos 193 membros presentes na Assembleia Geral da ONU votaram esta quarta-feira a favor de uma resolução que reafirma a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia. A aprovação vem reforçar o isolamento de Moscovo no panorama internacional.

O projeto de resolução, elaborado pela União Europeia e copatrocinado por dezenas de países de vários continentes, obteve 143 votos a favor, cinco contra (Rússia, Síria, Nicarágua, Coreia do Norte e Bielorrússia) e 35 abstenções (entre as quais a da China).

A resolução condena claramente os "referendos ilegais" da Rússia e a "tentativa de anexação ilegal" e diz que são inválidos sob o direito internacional.

"A ONU não tolerará tentativas de anexação pela força", disse a embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas Greenfield, minutos antes da votação.

"Hoje é a Rússia a invadir a Ucrânia. Mas amanhã pode ser outra nação a ver o seu território violado. Podem ser vocês. Vocês podem ser os próximos. Nesse cenário, o que esperariam que esta Câmara fizesse?", questionou.

Além de exigir que a Rússia reverta a anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, a resolução declara que as ações de Moscovo violam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e são inconsistentes com os princípios da Carta da ONU.

João Ricardo de Vasconcelos, correspondente da RTP nos Estados Unidos

"É incrível", louvou o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsyat, após a votação. 

Já o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, insistiu que o seu país está a atuar na Ucrânia em defesa de uma população e que os referendos, e consequente anexação, tiveram o apoio da população local.

Nebenzya disse ainda à Assembleia Geral que a resolução é "politizada e abertamente provocativa", acrescentando que a mesma "pode destruir qualquer esforço no sentido de uma solução diplomática para a crise".

O texto também inclui linguagem de apoio à redução do conflito e promove a resolução do mesmo através de "diálogo político, negociação, mediação e outros meios pacíficos", com respeito às fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia e de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas.

c/ agências

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