O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) expressou à igreja angolana os pêsames pela morte, no sábado, do cardeal Alexandre do Nascimento, recordando-o como "um combatente" por Angola e pelo seu povo.
Na missiva dirigida ao presidente da Conferência Episcopal de Angola, Vitor Ramalho indica que foi delegado de curso da Faculdade de Direito de Lisboa, que Alexandre do Nascimento frequentou "com assinalável êxito" enquanto padre, no período de 1965-1970.
E recorda que o regime político anterior a 25 de Abril fixou a Alexandre do Nascimento residência permanente em Portugal, uma "sanção" aplicada pelas atividades anticolonialistas que desenvolveu pela independência de Angola".
"Colega sempre solidário para com todos na Faculdade de Direito, foi uma referência, tornando-nos pessoalmente amigos próximos, também nos anseios à reconquista da liberdade", acrescentou Vitor Ramalho, que evoca este período histórico no livro "As minhas Causas".
"Pelo seu combate por Angola e pelo seu povo, pelo inestimável contributo que prestou à igreja católica e, em particular, à angolana", o secretário-geral da UCCLA transmitiu os seus "mais sentidos pêsames", em nome da instituição que dirige, mas também a título pessoal e pelos colegas do curso de Direito (1965-1970), que Vítor Ramalho e o cardeal Alexandre do Nascimento frequentaram.
Alexandre do Nascimento, único cardeal angolano, nasceu em 01 de março de 1925 em Malanje e foi um dos mais destacados líderes da Igreja Católica em Angola. Foi ordenado padre em 1952 e elevado a bispo em 10 de agosto de 1975.
Alexandre do Nascimento foi ordenado cardeal pelo Papa João Paulo II em 1983 e era o mais idoso membro do Colégio dos Cardeais.
Licenciado em Teologia, o cardeal angolano, que era arcebispo emérito de Luanda, participou dos conclaves de eleição do Papa Bento XVI (em 2005) e de eleição do Papa Francisco (em 2013), mas não tinha direito ao voto devido à idade.