Twitter é plataforma escolhida para debater resultados

por Lusa
Diego Vara - Reuters

A rede social Twitter foi a plataforma escolhida por deputados, humoristas e apresentadores para deixar mensagens ao país depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente do Brasil, no domingo.

O deputado federal de Minas Gerais Nikolas Ferreira publicou um vídeo na rede social em que expressou as suas crenças em relação aos resultados eleitorais desta noite: "Os gritos de comemoração hoje se tornarão os gritos de desespero de amanhã".

O discurso de Ferreira, o deputado federal mais votado no Brasil e assumido apoiante de Jair Bolsonaro, afirmou que a esquerda de Lula "vai plantar muita semente ruim" e sublinhou caber ao povo brasileiro não a "deixar florescer". 

Assim, afirmou que todos os estados visitados por Jair Bolsonaro no Nordeste tiveram um aumento do número de votos no ex-Presidente e que o seu legado deixou numerosos apoiantes, destacando tratar-se de uma consequência do trabalho desenvolvido. 

"Não espere de mim desistir do Brasil, Bolsonaro deixou vários soldados e eu sou apenas mais um. Mas hoje, nós somos 57 milhões, não se esqueça disso", disse, no Twitter, antes de afirmar que "a guerra cultural, espiritual continua".

O deputado terminou a mensagem num tom de esperança e a convicção de não ter sido eleito um Presidente de direito, mas "talvez amanhã" seja. "Não tenhais medo, a esperança somos nós", concluiu. 

A declaração valeu-lhe uma resposta de Felipe Neto, `youtuber` brasileiro e um dos protagonistas na campanha contra o `bolsonarismo`. Nos comentários do vídeo publicado por Nikolas, o jovem escreveu: "chora chupetinha!!!". 

Neto, conhecido pelo canal na plataforma YouTube, surgiu num vídeo publicado por si, na rede social Twitter, em cânticos de celebração pela vitória de Lula da Silva. Escreveu, depois, que "o bolsonarismo deve ser combatido, pois representa a pura essência do fascismo. Não é oposição, é barbárie". 

Alexandre Frota, deputado estadual em São Paulo, foi outro crítico de Bolsonaro que utilizou a rede social Twitter para comentar o resultado da segunda volta. 

Frota afirmou que o Brasil é um país dividido, "onde as pessoas não se importam com as outras" e expressou a crença de que é Lula da Silva quem vai "trazer novamente a dignidade para esse país, a esperança, o amor e vai olhar por quem precisa". 

Num discurso dirigido a Bolsonaro, o deputado lembrou, ainda, as várias controvérsias associadas à campanha do ex-Presidente, nomeadamente a perseguição armada de Carla Zambelli "a um cidadão de bem", o assassínio de um rapaz alegadamente "pela equipa de Tarcísio", o "assédio das venezuelanas" e a fome e a desigualdade no país.

O deputado terminou a acusar Bolsonaro de não ter "dado amor" ao Brasil. 

Isan SCB, argumentista da série de humor "Porta dos Fundos", afirmou ter chorado ao ouvir o discurso de Lula da Silva por já ter "esquecido o que é ter um Presidente". 

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Luís Inácio Lula da Silva, foi eleito Presidente do Brasil, com 50,9% (60.329.149) dos votos, derrotando Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,1% (58.197.923), quando estão apuradas 99,97% das secções de voto.

Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa ao Palácio da Alvorada depois de uma vitória na segunda volta, a primeira na história democrática recente do Brasil, sobre um chefe de Estado candidato à reeleição.

O antigo sindicalista terá como vice-Presidente Geraldo Alckmin, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que já havia sido seu opositor nas eleições presidenciais de 2006, então pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

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