O diretor executivo (CEO) do Twitter, Jack Dorsey, defendeu naquela rede social a suspensão permanente da conta de Donald Trump, decretada pela plataforma em 8 de janeiro, mas admitiu que pode estabelecer um precedente perigoso.
"Acredito que foi a decisão certa", escreveu o responsável do Twitter, apontando que a rede social "enfrentou circunstâncias extraordinárias e insuportáveis", forçando a empresa a "concentrar todas as (suas) ações na segurança pública".
Apesar disso, Jack Dorsey admitiu que a decisão representa "um fracasso" da empresa em "promover um diálogo são" e admitiu que estabelece "um precedente perigoso: o poder de um indivíduo ou corporação sobre uma parte do discurso público global".
O responsável apontou que, em circunstâncias normais, um utilizador expulso por violar as regras de uma rede social pode recorrer a outra, mas recordou que, no caso de Trump, outras redes sociais decidiram igualmente suspendê-lo indefinidamente, após o anúncio do Twitter, abalando o equilíbrio do poder.
O Twitter era o principal instrumento de comunicação de Donald Trump, que tinha 88 milhões de seguidores naquela rede social.
Em 8 de janeiro, aquela rede social suspendeu de forma permanente a conta de Trump, citando os riscos de "nova incitação" à violência, dois dias depois de os seus apoiantes terem invadido o Capitólio.
Críticas à decisão
A decisão do Twitter foi criticada por vários dirigentes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, que considerou "problemático" o encerramento das contas do presidente cessante dos Estados Unidos por decisão das empresas."É possível interferir na liberdade de expressão, mas segundo os limites definidos pelo legislador e não através da decisão de uma empresa", disse na segunda-feira o seu porta-voz.
O comissário europeu Thierry Breton também exprimiu "perplexidade" com a decisão "sem controlo legítimo e democrático".
c/ agências