Twitter bloqueia conta de Trump e ameaça bani-lo para sempre

por Lusa
Redes sociais reagiram às intenções de Trump Reuters

A rede social Twitter bloqueou a conta de Donald Trump, exigiu-lhe que retire as mensagens que desculpam a violência e ameaçou bani-lo para sempre. O Facebook e Instagram avançaram também com inibições.

Esta foi a primeira vez que a Twitter tomou uma decisão destas em relação a Trump, a quem ameaçou com uma "suspensão permanente".

A rede social Facebook suspendeu temporariamente, tal como já tinha feito o Twitter, a conta de Donald Trump, na sequência da violência no Capitólio dos apoiantes do presidente cessante norte-americano.

"Encontrámos duas infrações às nossas regras na página do Presidente Donald Trump que resultaram numa suspensão de 24 horas, o que significa que não pode publicar na plataforma durante este período", indicou o grupo californiano, numa mensagem na rede social Twitter.

O Facebook tinha entretanto retirado, tal como o Twitter, um vídeo do republicano a pedir aos manifestantes para "regressarem a casa", mas no qual declarava também que a eleição tinha sido roubada, sem apresentar provas.

O YouTube também disse que tinha removido o vídeo, por espalhar falsidades sobre uma fraude eleitoral generalizada.

O vice-presidente da Facebook para a Integridade, Guy Rosen, escreveu quarta-feira na rede social Twitter que o vídeo foi removido porque "aumenta, mais do que diminui, o risco de violência".

Na altura, a Twitter tinha mantido o acesso ao vídeo, mas impedia que fosse redistribuído ou comentado.

"Esta é uma situação de emergência e estamos a tomar as medidas de emergência adequadas, incluindo remover o vídeo do presidente Trump", disse Rosen na Twitter.

O vídeo foi distribuído mais de duas horas depois de os apoiantes de Trump terem atacado o Capitólio em Washington, quando os congressistas estavam reunidos para confirmar os resultados do Colégio Eleitoral e a vitória do presidente eleito, Joe Biden.

No vídeo, Trump começa por dizer: "Conhecemos a vossa dor. Eu conheço a vossa ferida. Mas têm de ir para casa".
Consequências da manifestação
Apoiantes do presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.

A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida devido aos distúrbios provocados pelos manifestantes pró-Trump no Capitólio, e as autoridades de Washington D.C. decretaram o recolher obrigatório entre as 18h00 e as 6h00 locais (entre as 23h00 e as 11h00 em Lisboa).

A polícia usou armas de fogo para proteger congressistas e pelo menos uma mulher morreu no interior do Capitólio depois de ter sido baleada, segundo fontes citadas pela Associated Press. A polícia está a investigar o incidente, mas não adiantou as circunstâncias do disparo.

Quatro horas após o início dos incidentes, as autoridades declaram que o edifício do Capitólio estava em segurança.
Reações unânimes
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos ocorridos no Capitólio foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.

Pouco depois, Trump pediu aos seus apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem "para casa pacificamente", mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.

O governo português condenou os incidentes, à semelhança da União Europeia, do secretário-geral da NATO e dos governos de vários outros países.

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