Navios de guerra e aviões de combate turcos realizaram manobras militares de larga escala no leste do Mediterrâneo, anunciou hoje o Ministério da Defesa da Turquia.
As manobras pretenderam ser uma "demonstração de força", quando o país se procura afirmar no conflito na Líbia, e envolveram oito fragatas e corvetas, para além de 17 aviões de combate, numa operação que durou oito horas, segundo o Ministério da Defesa turco.
O exercício, apelidado de "Alto Mar", foi "concretizado com sucesso", disse o Ministério, compartilhando fotos que mostram aviões de caça F-16 e aviões de radar a descolar, bem como navios de guerra escoltados por helicópteros.
Os meios de comunicação estatais turcos descrevem as manobras como uma "demonstração de força", numa altura em que sobem de tom as tensões no Mediterrâneo oriental, em particular no conflito da Líbia, onde Ancara desempenha um papel importante.
Na Líbia, a Turquia apoia o Governo da União da Líbia (GNA), de Fayez al-Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas, contra as forças do marechal Khalifa Haftar, um homem forte do Oriente apoiado pelo Egito, Emirados Árabes Unidos e Rússia.
O GNA infligiu ataques severos às forças de Haftar, nas últimas semanas, principalmente graças ao apoio de aviões não tripulados (`drones`) turcos e de "conselheiros militares" enviados por Ancara.
Neste contexto, a Turquia opôs-se, na quarta-feira, ao controlo, por uma missão naval da União Europeia, de um cargueiro suspeito de violar o embargo da ONU ao fornecimento de armas à Líbia, tendo sido escoltado por navios militares turcos.
O jornal diário turco Yeni Safak também noticiou hoje que Ancara poderá vir a estabelecer duas bases militares na Líbia, uma delas a sudoeste de Trípoli (em Al-Watiya), que acolheria `drones`, e a outra na cidade portuária de Misrata.
Há vários meses que a Turquia tem aumentando a perfuração exploratória de petróleo na costa de Chipre, no Mediterrâneo oriental, ignorando a pressão europeia, que alega ser ilegal.