O Conselho Eleitoral da Turquia confirmou a vitória de Recep Tayyip Erdogan à segunda volta das eleições presidenciais, que decorreu no domingo, com 52 por cento dos votos. Ainda antes desta confirmação, Erdogan, que inicia agora um inédito terceiro mandato no cargo, já se tinha declarado vencedor.
Com 99,43 por cento das urnas abertas, o Conselho Eleitoral deu a vitória a Erdogan, com 52,14 por cento dos votos. O opositor, Kamal Kiliçdaroglu, terminou esta segunda volta com 47,86 por cento.
“Concluímos a segunda volta das eleições presidenciais com o apoio do nosso povo”, disse Erdogan. “Se Deus quiser, seremos dignos da vossa confiança, como temos feito nos últimos 21 anos”, acrescentou.
“O resultado destas eleições mostrou, mais uma vez, que ninguém pode ter a coragem de mudar as liberdades e as conquistas deste país”, disse o presidente turco. “Não há ninguém que possa ameaçar a Turquia”, sublinhou.
“Adeus, Kamal”, disse Erdogan, dirigindo-se ao principal líder da oposição e seu adversário nestas eleições, Kamal Kiliçdaroglu. O presidente turco disse que o Partido Republicano do Povo (CHP) da oposição responsabilizará Kilicdaroglu pelo seu mau resultado.
“Cumpriremos todas as promessas feitas ao povo”, assegurou o chefe de Estado, salientando que “cada eleição é um renascimento”.
“A nossa democracia venceu”
Erdogan seguiu, depois, para Ancara onde fez o seu discurso de vitória oficial.
Perante uma multidão que se concentrou em frente ao palácio presidencial, Recep Erdogan agradeceu o voto de cada um dos turcos “numa das eleições mais críticas”.
“Numa das eleições mais críticas do nosso sistema pluripartidário, a nossa nação escolheu o século da Turquia”, afirmou. “Não fomos só nós que vencemos, a Turquia venceu. A nossa democracia venceu”, sublinhou.
“Hoje não há derrotados. Os 85 milhões de cidadãos venceram hoje”, acrescentou, prometendo “construir o século da Turquia”.
“A responsabilidade que nos concederam significa que não estamos zangados nem ressentidos com ninguém. É altura de deixarmos para trás as disputas da campanha eleitoral. Está na altura de nos concentrarmos nos nossos objetivos nacionais, nos nossos sonhos e de nos unirmos em torno dos objetivos que partilhamos”, apelou.
O presidente turco partiu, de seguida, para as críticas à oposição, que classificou como “terroristas”. “Os únicos que perderam foram aqueles que sujaram o cenário, que apoiam terroristas, que são tubarões solitários”, declarou.
“Agora é hora de trabalhar”, disse Erdogan aos seus apoiantes, declarando que a prioridade é “reconstruir as cidades que desabaram nos terramotos de 6 de fevereiro e ajudar as pessoas a encontrar uma vida melhor”.
Uma das questões mais urgentes é também a inflação, apontou Erdogan, que considerou não ser difícil de resolver.
“A questão mais urgente dos próximos dias é eliminar os problemas decorrentes dos aumentos de preços causados pela inflação e compensar as perdas de bem-estar”, disse o presidente. “A inflação também vai cair, vocês vão ver. Eles [a oposição] não podem competir connosco”, acrescentou.
O tema dos refugiados, que ganhou terreno no discurso político dos dois candidatos nesta segunda volta das eleições, não foi esquecido por Erdogan no seu discurso.
O presidente turco anunciou ter chegado a um acordo com o Catar que permitirá que mais de um milhão de refugiados Sírios regresse ao seu país de origem.
"Fizemos um acordo com o Catar para um novo projeto na Síria. Com este projeto, construiremos novas casas lá e mais de um milhão de sírios poderão regressar à sua terra", disse Erdogan.
Por fim, Erdogan lembrou que segunda-feira marca o 570º aniversário da conquista de Istambul pelo Império Otomano. "Aquilo foi uma viragem na história, fechou um século e abriu um novo. Espero que essas eleições sejam também um ponto de viragem na história”, declarou.
Erdogan seguiu, depois, para Ancara onde fez o seu discurso de vitória oficial.
Perante uma multidão que se concentrou em frente ao palácio presidencial, Recep Erdogan agradeceu o voto de cada um dos turcos “numa das eleições mais críticas”.
“Numa das eleições mais críticas do nosso sistema pluripartidário, a nossa nação escolheu o século da Turquia”, afirmou. “Não fomos só nós que vencemos, a Turquia venceu. A nossa democracia venceu”, sublinhou.
“Hoje não há derrotados. Os 85 milhões de cidadãos venceram hoje”, acrescentou, prometendo “construir o século da Turquia”.
“A responsabilidade que nos concederam significa que não estamos zangados nem ressentidos com ninguém. É altura de deixarmos para trás as disputas da campanha eleitoral. Está na altura de nos concentrarmos nos nossos objetivos nacionais, nos nossos sonhos e de nos unirmos em torno dos objetivos que partilhamos”, apelou.
O presidente turco partiu, de seguida, para as críticas à oposição, que classificou como “terroristas”. “Os únicos que perderam foram aqueles que sujaram o cenário, que apoiam terroristas, que são tubarões solitários”, declarou.
“Agora é hora de trabalhar”, disse Erdogan aos seus apoiantes, declarando que a prioridade é “reconstruir as cidades que desabaram nos terramotos de 6 de fevereiro e ajudar as pessoas a encontrar uma vida melhor”.
Uma das questões mais urgentes é também a inflação, apontou Erdogan, que considerou não ser difícil de resolver.
“A questão mais urgente dos próximos dias é eliminar os problemas decorrentes dos aumentos de preços causados pela inflação e compensar as perdas de bem-estar”, disse o presidente. “A inflação também vai cair, vocês vão ver. Eles [a oposição] não podem competir connosco”, acrescentou.
O tema dos refugiados, que ganhou terreno no discurso político dos dois candidatos nesta segunda volta das eleições, não foi esquecido por Erdogan no seu discurso.
O presidente turco anunciou ter chegado a um acordo com o Catar que permitirá que mais de um milhão de refugiados Sírios regresse ao seu país de origem.
"Fizemos um acordo com o Catar para um novo projeto na Síria. Com este projeto, construiremos novas casas lá e mais de um milhão de sírios poderão regressar à sua terra", disse Erdogan.
Por fim, Erdogan lembrou que segunda-feira marca o 570º aniversário da conquista de Istambul pelo Império Otomano. "Aquilo foi uma viragem na história, fechou um século e abriu um novo. Espero que essas eleições sejam também um ponto de viragem na história”, declarou.
Kiliçdaroglu aponta “as eleições mais injustas dos últimos anos”
O adversário de Erdogan deixou duras críticas ao presidente turco, condenando a sua governação autoritária e o que diz ser “a eleição mais injusta dos últimos anos”.
No discurso da noite de domingo, Kemal Kiliçdaroglu expressou “profunda tristeza perante as dificuldades que o país enfrenta", mas prometeu que irá continuar a sua luta pela democracia.
O adversário de Erdogan deixou duras críticas ao presidente turco, condenando a sua governação autoritária e o que diz ser “a eleição mais injusta dos últimos anos”.
No discurso da noite de domingo, Kemal Kiliçdaroglu expressou “profunda tristeza perante as dificuldades que o país enfrenta", mas prometeu que irá continuar a sua luta pela democracia.
"Sempre lutei pelos vossos direitos e justiça, para que ninguém vos oprima, para que vocês possam viver em abundância, e continuarei a fazê-lo”, disse Kiliçdaroglu.
Num discurso em Ancara, Kiliçdaroglu, que obteve cerca de 47,8 por cento dos votos nesta segunda volta das eleições, disse que os resultados mostram a vontade do povo de mudar e de acabar com o governo autoritário. "Continuaremos na vanguarda desta luta até que a verdadeira democracia chegue ao nosso país", acrescentou.
Num discurso em Ancara, Kiliçdaroglu, que obteve cerca de 47,8 por cento dos votos nesta segunda volta das eleições, disse que os resultados mostram a vontade do povo de mudar e de acabar com o governo autoritário. "Continuaremos na vanguarda desta luta até que a verdadeira democracia chegue ao nosso país", acrescentou.
Cerca de 64 milhões de eleitores foram chamados este domingo às urnas para elegerem o próximo presidente da Turquia. A maioria votou pela continuidade e deu, assim, a vitória a Erdogan, que pela primeira vez foi obrigado a ir a uma segunda volta numas eleições presidenciais.
No poder há 20 anos, Erdogan segue assim para um histórico terceiro mandato.
Apesar da crise económica, das restrições às liberdades e das consequências que ainda se fazem sentir dos fortes sismos de fevereiro, que provocaram mais de 50 mil mortos, os turcos decidiram manter a confiança em Erdogan por considerarem que mostrou ser capaz de resolver os problemas, ao contrário do seu adversário. Erdogan, líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), prometeu um novo aumento do salário mínimo, nomeadamente um aumento de 45 por cento aos funcionários públicos, e um mês de gás natural gratuito para as famílias.
O atual presidente conquistou o voto da população da maioria das províncias atingidas pelos fortes sismos de fevereiro com promessas concretas. Erdogan prometeu construir as casas daqueles que ficaram desalojados no máximo de um ano e que as pessoas pagariam metade do preço das cas asas durante os próximos 20 anos.
No poder há 20 anos, Erdogan segue assim para um histórico terceiro mandato.
Apesar da crise económica, das restrições às liberdades e das consequências que ainda se fazem sentir dos fortes sismos de fevereiro, que provocaram mais de 50 mil mortos, os turcos decidiram manter a confiança em Erdogan por considerarem que mostrou ser capaz de resolver os problemas, ao contrário do seu adversário. Erdogan, líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), prometeu um novo aumento do salário mínimo, nomeadamente um aumento de 45 por cento aos funcionários públicos, e um mês de gás natural gratuito para as famílias.
O atual presidente conquistou o voto da população da maioria das províncias atingidas pelos fortes sismos de fevereiro com promessas concretas. Erdogan prometeu construir as casas daqueles que ficaram desalojados no máximo de um ano e que as pessoas pagariam metade do preço das cas asas durante os próximos 20 anos.
Apesar de reunir mais votos, Recep Tayyip Erdogan não conseguiu vencer nas grandes cidades, como Istambul e Ancara.
Por sua vez, Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda e laico) que na primeira volta conseguiu 44,5 por cento dos votos, surgiu com uma postura mais agressiva e conservadora nesta segunda volta, na tentativa de captar o voto ultranacionalista.
O discurso de Kiliçdaroglu focou-se na política anti-imigração, o que terá afastado eleitores. As suas promessas, nomeadamente em relação à reconstrução das cidades destruídas pelos sismos, pareceram irrealistas para os turcos, o que também ajudou à perda de eleitores.
Desta forma, apesar de ter ganho terreno na primeira volta com a promessa de mudança para um regime presidencialista - que conquistou vários eleitores, nomeadamente estudantes que pedem o fim do sistema autocrático de Erdogan - Kiliçdaroglu não conseguiu derrubar Erdogan, que permanecerá no poder durante pelo menos mais cinco anos.
Por sua vez, Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda e laico) que na primeira volta conseguiu 44,5 por cento dos votos, surgiu com uma postura mais agressiva e conservadora nesta segunda volta, na tentativa de captar o voto ultranacionalista.
O discurso de Kiliçdaroglu focou-se na política anti-imigração, o que terá afastado eleitores. As suas promessas, nomeadamente em relação à reconstrução das cidades destruídas pelos sismos, pareceram irrealistas para os turcos, o que também ajudou à perda de eleitores.
Desta forma, apesar de ter ganho terreno na primeira volta com a promessa de mudança para um regime presidencialista - que conquistou vários eleitores, nomeadamente estudantes que pedem o fim do sistema autocrático de Erdogan - Kiliçdaroglu não conseguiu derrubar Erdogan, que permanecerá no poder durante pelo menos mais cinco anos.
Desde que chegou ao poder na Turquia, há 20 anos, Recep Tayyip Erdogan nunca perdeu eleições e esta foi a primeira vez que precisou de ir a uma segunda volta.
Erdogan lidera um sistema presidencialista, mantendo uma liderança vertical, nacionalista baseada no Islão político.
Erdogan lidera um sistema presidencialista, mantendo uma liderança vertical, nacionalista baseada no Islão político.