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Turquia aprova a entrada da Finlândia na NATO

por RTP
Presidente turco Tayyip Erdogan (direita da imagem) recebe o Presidente finlandês Sauli Niinisto em Ankara, na Turquia, a 17 de março de 2023. Gabinete de Comunicação Presidencial

A Finlândia será o 31º membro da NATO. O parlamento da Turquia aprovou a candidatura depois de ter alegado que a nação nórdica estava a apoiar "terroristas" curdos. A Suécia, que também pretende aderir à aliança, continua bloqueada por razões semelhantes.

Na quinta-feira, o parlamento da Turquia votou por unanimidade para aprovar a adesão da Finlândia à NATO marcando um passo histórico para o país nórdico tradicionalmente não-alinhado.

A Finlândia será formalmente admitida na Organização do Tratado do Atlântico Norte no próximo encontro que reunirá todos os membros em julho na Lituânia.

Jens Stoltenberg, Secretário Geral da NATO, expressou as boas vindas à Finlância no Twitter: "Congratulo-me com o voto da Grande Assembleia Nacional da Turquia para concluir a ratificação da adesão da Finlândia. Isso tornará toda a família NATO mais forte e segura".

Após a votação favorável turca, o governo finlandês declarou que aderir à aliança fortalecerá a segurança do país e melhorará a estabilidade e a segurança na região.

"Como aliados, daremos e receberemos segurança. Defenderemos uns aos outros. A Finlândia está com a Suécia agora e no futuro e apoia sua candidatura", escreveu a primeira-ministra Sanna Marin no Twitter.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acabou por dar a aprovação à candidatura da Finlândia no início do mês de março, sublinhando os "passos autênticos e concretos" do país em relação à segurança turca.

A Suécia, que se inscreveu para ingressar na NATO na mesma época, em maio passado, continua chumbada pela Turquia. Erdogan acusou o país de apoiar militantes curdos e permitir que se manifestassem nas ruas de Estocolmo.

O desagrado turco com os países nódicos também se prende com os embargos de armas que a Suécia, juntamente com outros países da UE, impõem à Turquia por atacar milícias curdas na Síria. Em janeiro, a Finlândia suspendeu o embargo de armas durante quase três anos à Turquia, como parte do seu esforço para melhorar as relações dos dois países.

Qualquer expansão da NATO requer o apoio de todos os seus membros.
Da neutralidade para a NATO
A Finlândia, é um país que tem 1.340 quilómetros de linha de fronteira com a Rússia. Reúne um dos mais poderosos arsenais de peças de artilharia da Europa Ocidental.

Ao se juntar à Aliança Atlântica em resposta à invasão russa na Urcânia, a Finlândia deixa para trás a sua neutralidade militar.

A Suécia, que pretende ingressar na NATO embora não faça fronteira com a Rússia, também assumiu o abandono da neutralidade com a candidatura à Organização.

Um dos pilares da NATO é o princípio da defesa coletiva, o que significa que um ataque a um país membro corresponde a um ataque a todos eles.

Para o presidente russo, Vladimir Putin, a adesão da Finlândia é um grande revés estratégico, de acordo com a BBC.
Menos Mar Báltico para a Rússia
A Finlândia será o sétimo país da NATO com ligação ao Mar Báltico, estrangulando o acesso costeiro da Rússia em São Petersburgo e o enclave de Kaliningrado.

Putin no início de 2022 usou a intenção da Ucrânia de ingressar na NATO como premissa para a decisão de invadir o país, ao considerar inaceitável a expansão da organização ao longo das fronteiras da Rússia.

Ironicamente, foi a invasão russa na Ucrânia que despoletou as candidaturas à Aliança tanto da Finlândia como a da Suécia.

Com a guerra, o apoio da opinião pública finlandesa ao ingresso na NATO saltou de um terço dos finlandeses para quase 80 porcento.

Jens Stoltenberg vincou que a bandeira da Finlândia será hasteada no edifício sede 'nos próximos dias'.



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