O presidente da Turquia garante que a cidade síria de Afrin já está "inteiramente sob controlo". Erdogan revelou que, este domingo de manhã, foram erguidas bandeiras turcas, na região que estava dominada pelas forças curdas.
A cidade de Afrin era o principal objetivo da ofensiva lançada a 20 de janeiro pela Turquia contra a milícia curda do YPG. Ancara considera que esta milícia é uma organização terrorista. No entanto, estes combatentes têm sido apoiados e armados pelos Estados Unidos para combater o autoproclamado Estado Islâmico.
A ofensiva turca foi lançada há cerca de dois meses. Ancara estava contra o fortalecimento curdo junto à fronteira e contrariou a vontade dos Estados Unidos, que tinha apoiado os curdos na luta contra os radicais islâmicos.
Depois de Erdogan, o Estado-Maior turco também declarou num comunicado que o centro da cidade estava a pa rtir de agora "sob controlo"."As operações de busca de minas e de outros explosivos prosseguem", adianta o Estado-Maior no comunicado.
Segundo dados do Exército turco, 46 soldados turcos morreram desde o lançamento da ofensiva contra Afrine, denominada "Ramo de oliveira".
"Agora, a bandeira turca flutua no local! A bandeira das Forças sírias livres flutua no local!", afirmou Erdogan, que falava durante uma cerimónia de comemoração da batalha dos Dardanelos, durante a Primeira Guerra Mundial.
Os combates levaram à saída de 150 mil pessoas de Afrin, só nos últimos dias. Mil e quinhentos combatentes curdos morreram em dois meses de ofensiva turca.
Centenas de mortos
Antes do anúncio feito por Erdogan, os grupos aliados de Ancara tinham anunciado em comunicado que "entraram na cidade pelo leste e oeste". Os avanços deste domingo foram precedidos de intensos bombardeamentos nas últimas horas e de fogo de artilharia contra a cidade de Afrin e arredores, além de intensos combates entre as tropas turcas e a milícia curdo-síria YPG.
Desde o início da ofensiva, em 20 de janeiro último, pelo menos nos 289 civis, incluindo 43 menores e 28 mulheres, segundo os últimos números do Observatório Sírio do Direitos Humanos, uma organização não-governamental britânica que monitoriza o conflito sírio.
Os contínuos bombardeamentos e o iminente ataque terrestre turco forçaram o êxodo massivo da zona de cerca de 200.000 civis desde a passada sexta-feira, fazendo temer um novo drama humanitário num país que entrou no oitavo ano de guerra, da qual já resultaram mais de 350.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados, segundo o observatório.