O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou esta terça-feira as expulsões de migrantes da África subsaariana da Tunísia para as fronteiras da Líbia e da Argélia, onde têm vindo a ser abandonados no deserto, sem água nem assistência. O que já vitimou dezenas de pessoas nas últimas semanas.
Na terça-feira, a partir da sede da ONU em Nova Iorque, Farhan Haq reiterou o apelo para que se ponha “imediatamente termo a estas expulsões” e se proceda “urgentemente à deslocação das pessoas retidas ao longo da fronteira para locais seguros”, onde possam “ser protegidas e ter acesso a água, alimentos, abrigo e cuidados médicos adequados”.
Migrant Crisis at Tunisia-Libya Border Worsens as Death Toll Rises
— The Libya Update (@TheLibyaUpdate) July 27, 2023
TUNIS – The humanitarian crisis at the Tunisia-Libya border has intensified in recent weeks, with the discovery of over 25 bodies...
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Entre estas pessoas estavam Fati Dosso, de 30 anos e a filha Marie, de apenas seis, encontradas
mortas com os rostos submersos na areia pelo jornalista líbio Ahmad
Khalifa, depois de terem sido deixadas à sua sorte no deserto."Vários morreram na fronteira com a Líbia e centenas de pessoas, incluindo mulheres grávidas e crianças, estão ainda presas em condições extremamente difíceis, com pouco acesso a alimentos e água", insistiu o porta-voz adjunto de António Guterres.
Pelo menos “1.200 cidadãos subsaarianos” foram “expulsos” pelas autoridades tunisinas e abandonados nas fronteiras com a Líbia e a Argélia, desde o início de julho, estima a organização não-governamental Human Rights Watch.
"Todos os migrantes, refugiados e requerentes de asilo devem ser protegidos e tratados com dignidade, com pleno respeito pelos seus Direitos Humanos, independentemente do seu estatuto, em conformidade com o Direito Internacional", relembrou a organização.
c/ agências