O Presidente dos Estados Unidos refuta as acusações de ter sido insensível com a viúva de um militar morto em combate. Trump responde que foi tudo fabricado pela senadora democrata Frederica Wilson e ameaça mostrar provas.
Democrat Congresswoman totally fabricated what I said to the wife of a soldier who died in action (and I have proof). Sad!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 18 de outubro de 2017
Em causa está um telefonema que o Presidente fez para a viúva de um dos quatros soldados dos EUA mortos numa emboscada no Níger a 4 de outubro.
Segundo Myeshia Johnson, Trump mostrou uma grande insensibilidade ao alegadamente ter proferido a frase: “Ele sabia no que se ia meter”.
Sgt. La David Johnson is a hero. @realDonaldTrump does not possess the character, empathy or grace to be president of the United States.
— Rep Frederica Wilson (@RepWilson) 18 de outubro de 2017
A senadora Wilson afirmou que o Presidente demostra uma “perturbação cerebral” e acrescentou: “Todos sabemos que quem vai para a guerra pode não voltar, mas não se vai lembrar isso a uma viúva em lágrimas".
Segundo Frederica Wilson, a viúva do sargento La David Johnson está à espera do terceiro filho do casal e ficou chocada com as palavras do Presidente.
Telefonemas para famílias enlutadas
A polémica sobre os telefonemas para familiares de militares que perderam a vida em combate teve um novo episódio na segunda-feira, quando um jornalista perguntou a Donald Trump se já tinha telefonado para as famílias dos quatro militares emboscados por combatentes do autoproclamado Estado Islâmico no Níger.
O presidente respondeu que tinha enviado cartas aos familiares e que tencionava ligar-lhes. Só que acendeu o rastilho quando salientou que presidentes anteriores não tinham feito o mesmo.
Deu como exemplo que Barack Obama não o fez quando o filho do general John Kelly (atual secretário de Segurança Interna) foi morto no Afeganistão em 2010. “No que diz respeito a outros presidentes, eu não sei, poderia perguntar ao general Kelly. Ele recebeu uma chamada de Obama? Eu não sei qual era a política de Obama”, referiu Trump.
Esta não é a primeira vez que o Presidente Trump se envolve em polémicas com veteranos de guerra.
Quando foi candidato presidencial afirmou que não considerava o senador John McCain um herói de guerra, por ter sido capturado no Vietname. “Não gosto de falhados. Ele é um herói de guerra porque foi capturado e eu não gosto de pessoas que se deixam apanhar”.
Ainda durante a campanha eleitoral também se envolveu numa discussão com a família do capitão Humayun Khan, morto em combate no Iraque em 2004 quando tentava salvar os seus soldados.