O ex-Presidente dos EUA Donald Trump pediu aos congressistas Republicanos para apoiarem a candidatura de Kevin McCarthy a líder da maioria na Câmara de Representantes, na repetição da votação marcada para hoje.
Numa situação inédita nos últimos 100 anos na democracia norte-americana, a candidatura de McCarthy à liderança da bancada Republicana na câmara baixa do Congresso foi derrotada na terça-feira, quando duas dezenas de congressistas próximos de Trump desviaram o seu voto para candidaturas internas adversárias, de Andy Biggs e de Jim Jordan.
Na terceira votação, o líder da bancada republicana voltou a falhar os 218 necessários para substituir a democrata Nancy Pelosi como novo presidente da Câmara, apesar do seu partido ter a maioria parlamentar.
Vinte republicanos votaram em Jordan, de Ohio, num claro desafio ao seu líder, enquanto o candidato da minoria democrata, Hakeem Jeffries, de Nova Iorque, obteve os 212 votos do seu partido político.
Esta madrugada, horas depois desta votação - que obrigou à repetição da eleição do líder da maioria Republicana na câmara -- Trump escreveu uma mensagem na rede social Truth Social dizendo que tinha falado com McCarthy, procurando uma solução para o embaraço criado no Congresso.
"Uma boa conversa teve lugar na noite passada e é agora altura para os membros Republicanos na câmara de votarem por Kevin, resolver a questão e conseguir uma vitória", escreveu Trump, referindo-se a um entendimento com McCarthy para que este pudesse obter os votos dos apoiantes do ex-Presidente.
Ao longo do dia, na terça-feira, Trump tinha recusado apoiar publicamente a candidatura de McCarthy, apesar de este insistir na versão de que tinha o apoio do ex-Presidente, que exerce uma forte influência sobre o setor mais conservador do partido.
Um setor dos ultraconservadores Republicanos recusou a apoiar a candidatura de McCarthy para a liderança da Câmara de Representantes, alegando que este congressista não representa os valores genuínos do partido.
Esta ala criticou também McCarthy por este não ter negociado com eles uma reforma das regras do debate ou dos nomes para liderar as comissões parlamentares na nova legislatura.
McCarthy, legislador da Califórnia e líder das fileiras republicanas desde 2014, já tinha antecipado que não tinha os 218 votos necessários e que haveria "uma batalha na câmara".
A Câmara de Representantes volta hoje a reunir para retomar a votação para a liderança Republicana, com McCarthy a dizer-se convencido de que, desta vez, terá os 218 votos necessários para vencer.