O New York Times revela que o Presidente francês já foi informado sobre a decisão do homólogo norte-americano. A declaração oficial de Donald Trump sobre a posição dos Estados Unidos está marcada para esta terça-feira às 19h00.
O acordo histórico, alcançado ao fim de intensas negociações, foi assinado na altura em que Barack Obama estava na Presidência dos Estados Unidos. Na prática, o entendimento permite controlar o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções económicas contra Teerão.
Conhecido como Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), o acordo firmado em Viena em julho de 2015 reunia o consenso de Teerão e do grupo P5+1 (membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha).
De acordo com o jornal The New York Times, o Presidente norte-americano informou Emmanuel Macron que os Estados Unidos não só se preparam para repor as sanções que tinham sido levantadas mediante o acordo nuclear, mas também para impor novas sanções económicas.
Um responsável ouvido pelo diário norte-americano refere que as conversações com os parceiros colapsaram perante a insistência de Donald Trump em manter os limites ao programa nuclear iraniano depois de 2030.
A decisão não é inesperada e surge depois de vários meses de críticas e ameaças por parte do Presidente norte-americano. Com efeito, desde a campanha eleitoral que Donald Trump promete retirar os Estados Unidos de um acordo que considerou “horrível” e “o pior de sempre” em várias ocasiões.
Ainda que os restantes signatários do acordo já tenham assegurado que vão continuar a cumprir o acordo - incluindo Teerão - os parceiros europeus, China e Rússia temem uma deterioração do entendimento multilateral.
Nos termos do acordo, os Estados Unidos deveriam confirmar a cada 120 dias o levantamento de sanções. Há quinze meses na Casa Branca, Trump já tinha ameaçado a não-certificação do acordo, permitindo, na prática, a imposição das sanções que haviam sido levantadas. Em janeiro último, Donald Trump tinha feito o ultimato, garantindo que não voltaria a adiar a decisão.
Com o derradeiro prazo de 12 de maio a aproximar-se no calendário, os parceiros europeus tentaram convencer o Presidente norte-americano a manter-se no acordo em encontros recentes, oferecendo pequenas alterações que assegurassem a cooperação por parte dos Estados Unidos.
Ainda que a Agência Internacional da Energia Atómica - responsável por conduzir inspeções regulares às instalações nucleares iranianas - tenha assegurado que Teerão continua a cumprir o acordo, a pressão internacional não terá sido suficiente para impedir o abandono do acordo por parte dos Estados Unidos.