A embaixada chinesa em Washington saiu esta terça-feira a público para advertir contra uma "guerra comercial ou tarifária". Cenário em que, na perspetiva de Pequim, "ninguém ganha". Isto depois de o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ter renovado a ameaça de novas taxas sobre produtos importados do México, do Canadá e da China a impor nos primeiros instantes da sua segunda Administração, em janeiro.
"A cooperação económica e comercial entre a China e os Estados Unidos é mutuamente benéfica por natureza. Ninguém vai ganhar uma guerra comercial ou tarifária", enfatizou nas últimas horas Liu Pengyu, porta-voz da delegação chinesa em Washington, em post na rede social X.A promessa renovada de Donald Trump surgiu na sua plataforma Truth Social, onde se manifestou, uma vez mais, contra a imigração ilegal - uma das principais plataformas da campanha presidencial que o levou à vitória sobre Kamala Harris.
"A 20 de janeiro, como uma das minhas muitas primeiras ordens executivas, assinarei todos os documentos necessários para impor ao México e ao Canadá uma taxa de 25 por cento sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos e as suas ridículas fronteiras abertas", escreveu o presidente eleito.
"Milhares de pessoas estão a passar pelo México e pelo Canadá, trazendo o crime e a droga a níveis nunca vistos", insistiu, para acrescentar que as tarifas deverão vigorar "até que as drogas, em particular o fentanil, e todos os estrangeiros ilegais acabem com a invasão".
Referindo-se diretamente ao Governo de Pequim, Trump afirmou ter mantido "muitas conversas com a China sobre as enormes quantidades de drogas, em particular o fentanil, que estão a ser enviadas para os Estados Unidos - mas sem sucesso".Recorde-se que, na campanha presidencial, o magnata republicano do imobiliário carregou na promessa de aplicar taxas de até 20 por cento sobre todos os bens importados e de 60 por cento, em particular, sobre os originários da China.
"Até que eles parem, vamos cobrar à China uma taxa extra de dez por cento, acima de quaisquer tarifas adicionais, em todos os seus muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América", vincou.
"Representantes da China disseram-me que iriam impor a sua pena máxima, a pena de morte, para os traficantes de droga apanhados, mas, infelizmente, nunca deram seguimento ao assunto e as drogas estão a entrar no nosso país, principalmente através do México, a níveis nunca antes vistos", prosseguiu Trump.
Para a embaixada chinesa em Washington, "a ideia de que a China está deliberadamente a permitir que os precursores do fentanil entrem nos Estados Unidos é completamente contrária aos factos e à realidade".
China-US economic and trade cooperation is mutually beneficial in nature. No one will win a trade war or a #tariff war.
— Liu Pengyu 刘鹏宇 (@SpoxCHNinUS) November 26, 2024
The counternarcotics authorities of #China and the #US have resumed regular communication since the San Francisco Summit. The Chinese side has notified the US… https://t.co/1EPLyApiy9
O porta-voz Liu Pengyu sublinha que as autoridades chinesas e norte-americanas "retomaram as comunicações regulares" a partir da reunião entre os presidentes Xi Jinping e Joe Biden, em São Francisco, em novembro de 2023.
"A China notificou os Estados Unidos sobre os progressos efetuados nas operações de aplicação da lei antidroga relacionadas com os Estados Unidos. A China respondeu aos pedidos dos Estados Unidos para verificar as pistas em alguns casos e tomou medidas", rematou.
c/ agências