Trump, Gronelândia e Canadá. "Vale a pena esperar para ver", considera Marcelo
O presidente português, que marcou esta quinta-feira presença na cerimónia fúnebre do antigo presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, recordou um "homem de princípios" e destacou os apelos à estabilidade lançados durante a homenagem. No final, questionado pela RTP acerca das intenções de Donald Trump de expandir o território dos EUA, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "vale a pena esperar para ver".
Para Marcelo, “foi visível o caráter bipartidário na homenagem, porque falaram democratas, mas falaram muitos republicanos”, mostrando que há “uma tradição de diálogo entre os dois grandes partidos americanos”.
O presidente considerou ainda que o objetivo de muitas das intervenções “foi apelar ao entendimento interno” e à “estabilidade”, restando agora “ver até que ponto o apelo terá ou não os seus efeitos”.
Durante a cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa ficou sentado ao lado do primeiro-ministro cessante do Canadá, país com o qual “há um problema a resolver das tarifas”, relembrou.
Para o presidente da República, “a grande dúvida” é, depois de 20 de janeiro, data da tomada de posse nos Estados Unidos, “como é que será a Administração Trump”.
“Internamente, vai começar obviamente com medidas económicas puxando pela economia americana. Isso significa que elas terão projeção nas outras economias. Até onde é que vai essa projeção, relativamente à Europa, ao Canadá, a outros países vizinhos, ao mundo?”, questionou.
Comentando as recém-divulgadas intenções de Trump de comprar a Gronelândia e assumir o controlo do Canadá e do Canal do Panamá, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “vale a pena esperar para ver”.
“Porque uma coisa é o período pré-início de funções e outra coisa é o dia-a-dia do exercício das funções”, vincou, querendo também saber qual será a posição de Trump relativamente à Ucrânia e ao Médio Oriente.
Sobre os incêndios que neste momento devastam a Califórnia, o chefe de Estado disse ter falado com dois congressistas luso-descendentes e que “até agora não há portugueses afetados em termos de mortes ou de danos pessoais, ou também do ponto de vista de danos patrimoniais significativos”.