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Trump faz diagnóstico de "país em declínio" no primeiro discurso após tentativa de assassinato

por Andreia Martins - RTP
Foto: Andrew Kelly - Reuters

O candidato republicano dirigiu-se esta sexta-feira à convenção republicana, menos de uma semana depois de ter sido atingido a tiro durante uma ação de campanha. Donald Trump fez um relato detalhado da tentativa de assassinato no último fim de semana e deixou apelos à moderação que contrastam com as mensagens de outros tempos.

O ataque do último sábado foi central no discurso do candidato republicano perante a convenção republicana em Milwaukee, no Wisconsin. Com um penso colocado sobre a orelha direita, atingida nesse ataque, Trump descreveu os eventos perante um público emocionado. "O sangue corria por todo o lado. E, no entanto, de alguma forma, senti-me seguro, porque tinha Deus ao meu lado", afirmou.

Donald Trump lembrou também o bombeiro que morreu na sequência do ataque ao tentar proteger a família e convidou os apoiantes a observar um minuto de silêncio.

"O surpreendente é que antes dos disparos, se eu não tivesse movido a cabeça naquele último instante, a bala do assassino teria atingido o alvo em cheio. E eu não estaria aqui esta noite", afirmou Donald Trump.

E num volte-face absoluto em relação à retórica de tantas outras ocasiões, o candidato republicano deixou uma mensagem de união. "A discórdia e a divisão da nossa sociedade têm de ser saradas", afirmou.

"Estou a concorrer para ser presidente de toda a América, não apenas de metade da América"
, acrescentou Trump.

O candidato prosseguiu com um súbito tom moderado, apelando para que as "divergências políticas" não fossem "criminalizadas ou demonizadas" e pedindo para deixar de ser tratado como um "inimigo da democracia" e o fim da "caça às bruxas" a que se tem referido nos últimos oito anos.
"Governo falhado e incompetente"

Depois de descrever o ataque e de apelar à união, Donald Trump focou-se, num segundo momento do discurso, nas mensagens habituais de campanha, com destaque para as críticas à atual administração Biden e o combate à imigração ilegal.

"Com a administração atual somos um país em declínio"
, afirmou o candidato republicano entronizado nesta convenção. "Esta administração não consegue resolver os problemas", resumiu Donald Trump, acusando a atual liderança democrata de "incompetência".

Para além dos conflitos em curso na Ucrânia e em Gaza, Trump assinalou que o Irão "está pertíssimo de conseguir ter uma bomba nuclear" e criticou a retirada norte-americana do Afeganistão, que considerou desastrosa. Novamente, em referência ao conflito na Europa, o ex-presidente tentou responder às preocupações internacionais em relação a Kiev.

"Durante a Administração Bush, a Rússia invadiu a Geórgia. Durante a Administração Obama, a Rússia tomou a Crimeia. Agora, com a Administrção Biden, quer a Ucrânia toda. Com Trump, a Rússia não invadiu nada", assinalou.

“Os nossos adversários herdaram um mundo em paz e deixaaram o planeta em guerra. Vejam o ataque a Israel, vejam o que está a acontecer na Ucrânia”, continuou.

A imigração, uma das principais de Trump na primeira corrida à Casa Branca em 2016, voltou a ser central. “Vou acabar com a crise de imigração ilegal, fechar a nossa fronteira e acabar o muro”
, assegurou. 

Elogiou o líder da Hungria, Viktor Órban, com quem reuniu na semana passada, e até o líder da Coreia do Norte foi mencionado: "Acredito que ele sente a minha falta", disse sobre Kim Jong-un.

Prometeu ainda combater as "ideias verdes fantasiosas", em referência às medidas ambientais da Administração Biden.

De resto, Trump referiu diretamente o nome do atual presidente apenas por uma vez em todo o discurso e não fez qualquer referência ao momento atual do Partido Democrático, quando cresce a pressão sobre Joe Biden para desistir da corrida à Casa Branca.
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