Trump e Kim Jong-un reúnem-se a 12 de junho em Singapura

por Andreia Martins - RTP
Lucas Jackson - Reuters

O Presidente norte-americano anunciou esta quinta-feira no Twitter que a tão aguardada cimeira com o líder norte-coreano vai decorrer em Singapura no próximo dia 12 de junho. "Ambos vamos tentar que seja um momento muito especial para a paz mundial", escreveu Donald Trump.

Depois dos insultos e das ameaças, está marcada a primeira cimeira da História entre os líderes dos Estados Unidos e a Coreia do Norte. A data e o local do encontro foram revelados esta quinta-feira pelo Presidente norte-americano através do Twitter.

"O tão aguardado encontro entre mim e Kim Jong-un vai acontecer em Singapura no dia 12 de junho. Ambos vamos tentar que seja um momento muito especial para a paz mundial", escreveu Donald Trump.

Em destaque nesta cimeira, que partiu de um convite de Kim Jong-un mediado pelos sul-coreanos, vai estar a discussão sobre o arsenal de armas nucleares e a desnuclearizaçãoda Coreia do Norte, foco de tensões entre Washington e Pyongyang.

Washington exige que Pyongyang abandone o poder das armas nucleares. O regime eremita tenha conduzido seis testes nucleares desde 2006, à revelia da comunidade internacional. O comportamento norte-coreano resultou num isolamento crescente e na aplicação de sanções multilaterais e bilaterais.

A questão da desnuclearização da península pode complicar os recentes esforços de aproximação, já que os norte-coreanos têm feito bandeira do poderio nuclear como um dos principais recursos para a sobrevivência do regime, até porque a Coreia do Sul continua a contar com a forte presença norte-americana no país para efeitos de defesa (30 mil militares).

Uma das exigências de Kim Jong-un deverá ser igualmente o levantamento de algumas das sanções internacionais em troca da cooperação.
"Trazer o país para o mundo real"
O anúncio de Donald Trump acontece poucas horas após a chegada aos Estados Unidos de três cidadãos norte-americanos libertados pela Coreia do Norte, que foram recebidos esta quinta-feira pelo próprio Presidente norte-americano.

Para Washington, a decisão de Pyongyang permite que a aproximação entre os dois países tenha "um início favorável".

“Acho que temos uma excelente hipótese de fazer algo com significado. Muitas coisas boas aconteceram até agora. Acho que ele [Kim Jong-un] quer fazer alguma coisa e trazer o seu país para o mundo real”, disse Donald Trump esta quinta-feira, ao receber os três prisioneiros libertados na Base da Força Aérea de Andrews, perto de Washington.

A libertação dos três reféns norte-americanos foi anunciada na quarta-feira, após a visita do secretário de Estado Mike Pompeo à Coreia do Norte. Uma deslocação que terá servido também para definir a data e o local do encontro entre os dois líderes.

Nas negociações das últimas semanas para definir o local e a data da cimeira, Singapura era uma das escolhas possíveis. A Zona Desmilitarizada da Coreia do Norte (DMZ) e a Mongólia eram outras hipóteses em cima da mesa.

A BBC assinala que Singapura tem sido palco de grandes decisões e encontros diplomáticos nos últimos anos, desde logo em 2015, quando a cidade-Estado acolheu as primeiras conversações entre líderes da China e Taiwan, naquele que foi primeiro encontro entre os dois países em discórdia há mais de 60 anos.

Localizada na esquina da Península malaia, Singapura mantém uma relação próxima com os Estados Unidos ao mesmo tempo que mantém relações diplomáticas com a Coreia do Norte. No entanto, em novembro de 2017, a repúbica suspendeu todo o comércio que tinha com Pyongyang na sequência de novas sanções internacionais aplicadas àquele país.

No final de abril, a Zona Desmilitarizada (DMZ) da Coreia do Norte acolheu uma outra cimeira histórica entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in e Kim Jong-un.

Parco em conclusões, o encontro entre os dois responsáveis foi relevante sobretudo ao nível simbólico, uma vez que foi a primeira vez que um líder norte-americano pisou solo sul-coreano desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953). A cimeira poderá ter sido o ponto de partida para a assinatura de um tratado de paz entre os dois países, dado que o conflito terminou apenas com um armistício.
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