Trump designa Marco Rubio para chefe da diplomacia dos Estados Unidos

por Lusa
Joe Skipper - Reuters

O futuro Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a nomeação do conservador Marco Rubio, atual senador republicano da Florida, para secretário de Estado da sua administração, que terá início em janeiro.

"Marco é um líder muito respeitado e uma voz muito poderosa pela liberdade. Será um forte defensor da nossa nação, um verdadeiro amigo dos nossos aliados e um guerreiro destemido que nunca recuará perante os nossos adversários", justificou Donald Trump, em comunicado, sobre a escolha de Rubio.

Após ter sido um crítico de Trump no passado, o político latino conservador, conhecido como um "falcão" em relação à China, Cuba e Irão, regressa à esfera de influência do próximo líder da Casa Branca, ao tornar-se no primeiro hispânico na chefia da diplomacia de Washington e que terá de lidar com os conflitos em curso no Médio Oriente e na Ucrânia e com o papel dos Estados Unidos nos órgãos multilaterais como a NATO.

Rubio, acrescenta o comunicado, "não irá parar até que a política americana se concentre mais uma vez no bom senso e no bem comum".

Através das redes sociais, o senador republicano afirmou que liderar o Departamento de Estado norte-americano "é uma enorme responsabilidade" e que se sente "honrado pela confiança" que Trump depositou nele.

"Como secretário de Estado, trabalharei todos os dias para fazer avançar a sua agenda de política externa. Sob a liderança do Presidente Trump, alcançaremos a paz através da força e colocaremos sempre os interesses do povo americano e dos Estados Unidos acima de todos os outros", declarou.

Filho de imigrantes cubanos e nascido em Miami em 1971, Marco Rubio ganhou popularidade nacional ao participar nas primárias presidenciais republicanas de 2016, nas quais enfrentou Trump, que acabaria por vencer as primárias do partido e chegar nesse ano à Casa Branca.

Durante essas primárias, Trump desvalorizou-o chamando-lhe "Pequeno Marco", e Rubio respondeu alertando para o modesto tamanho das mãos de Trump e chamando-lhe "vigarista" e "vulgar".

No entanto, após retirar-se da corrida presidencial, manifestou a sua lealdade ao magnata nova-iorquino e teve um papel relevante junto do eleitorado latino nas últimas presidenciais realizadas em 05 de novembro, para as quais chegou a ser dado como candidato à vice-presidência, antes de a escolha recair em J.D. Vance.

A partir da Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado, influenciou a política para a América Latina da primeira administração de Trump (2017-2021), e, como vice-presidente da Comissão Especial de Informações da câmara alta do Congresso, alertou para as ameaças da China, Irão, Coreia do Norte e Rússia.

"Todos partilham um objetivo: querem enfraquecer a América, enfraquecer as nossas alianças, enfraquecer a nossa posição, a nossa capacidade e a nossa vontade", afirmou num discurso em março passado.

Rubio condenou veementemente a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, mas em abril passado, em linha com Trump, votou contra a aprovação de um novo pacote de ajuda militar e financeira a Kiev.

O senador republicano é o terceiro secretário que Trump anuncia para o seu gabinete, depois da Defesa, Pete Hegseth, e da Segurança Interna, Kristi Noem.

Hoje, designou também o congressista Matt Gaetz para procurador-geral e Tulsi Gabbard, antiga democrata pelo Havai no Congresso e ex-candidata presidencial, para diretora dos serviços secretos nacionais.

Entre outras nomeações, o líder republicano colocou ainda Susie Wiles como sua chefe de gabinete, John Ratcliffe como diretor da CIA, Sliese Stefanik como embaixador na ONU e Tom Homan no que designou 'czar' das fronteiras.
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