O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, convidou o Presidente chinês, Xi Jinping, para assistir à sua tomada de posse no próximo mês, num gesto de aproximação, quando se antevê uma guerra comercial entre os dois países.
A nova secretária de imprensa de Trump, Karoline Leavitt, confirmou hoje que Trump convidou Xi, mas disse que "ainda está por confirmar" se o líder chinês irá comparecer.
"Este é um exemplo de como o Presidente Trump cria um diálogo aberto com líderes de países que não são apenas nossos aliados, mas também nossos adversários e concorrentes", disse Leavitt, numa entrevista televisiva.
Em Pequim, questionado hoje sobre o convite de Trump, o porta-voz da presidência chinesa Mao Ning respondeu que não tinha qualquer comentário a fazer.
Leavitt disse que outros líderes estrangeiros também foram convidados, mas não deu detalhes.
A decisão de Trump de convidar um líder de uma nação adversária para o dia da tomada de posse é pouco comum.
Mas também está de acordo com a sua crença de que a política externa -- tal como uma negociação comercial -- deve ser levada a cabo com incentivos e castigos para fazer com que os opositores dos Estados Unidos operem mais perto dos termos estabelecidos pela Casa Branca.
Jim Bendat, historiador e autor de "O Grande Dia da Democracia: A Tomada de Posse do Nosso Presidente", disse não ter conhecimento de uma tomada de posse anterior nos EUA com a presença de chefes de Estado estrangeiros.
Hoje, durante uma aparição na Bolsa de Nova Iorque, Trump confirmou que estava "a pensar em convidar certas pessoas para a tomada de posse", sem se referir a alguém em particular.
"Algumas pessoas disseram: `Uau, isso é um pouco arriscado, não é?`. E eu respondi: `Talvez seja. Veremos. Veremos o que acontece`. Mas gostamos de correr pequenos riscos", esclareceu Trump.
Entretanto, um importante conselheiro do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos mais fervorosos apoiantes de Trump no palco mundial, disse que o chefe de Governo da Hungria não deverá comparecer na tomada de posse.
"Não existe esse plano, pelo menos por enquanto", disse Gergely Gulyás, chefe de gabinete de Orbán.
O chefe da missão de cada país nos Estados Unidos também será convidado, de acordo com um funcionário do Comité Inaugural de Trump.
O convite a Xi surge numa altura em que Trump prometeu decretar tarifas sobre importações oriundas do Canadá, México e China, para levar estes países a fazerem mais para reduzir a imigração ilegal e o fluxo de drogas ilegais, como o fentanil, para os Estados Unidos.
"Temos falado e discutido com o Presidente Xi algumas coisas e outras com outros líderes mundiais. E penso que nos sairemos muito bem em todos os aspetos", confessou Trump, numa entrevista televisiva.
Xi, durante um encontro com o atual Presidente democrata, Joe Biden, no mês passado, em Pequim, instou os Estados Unidos a não iniciarem uma guerra comercial.
"Façam a escolha sábia. Continuem a explorar o caminho certo para que dois grandes países se relacionem bem", aconselhou o líder chinês.