Os votos ainda estavam a ser contados, mas Donald Trump já ia com vantagem e declarou ter alcançado uma "grande vitória" nas primárias republicanas de New Hampshire contra Nikki Haley. Esta nova vitória aumenta a probabilidade de o antigo presidente norte-americano enfrentar Joe Biden nas presidenciais de novembro. A ex-governadora da Carolina do Sul reconheceu a derrota mas também garantiu que vai continuar na corrida pela Casa Branca.
"Que grande vitória", afirmou Trump, na terça-feira à noite, aos apoiantes, depois da imprensa norte-americana o ter declarado o vencedor da noite, com 55 por cento dos votos apurados e quase dez pontos percentuais de vantagem sobre Haley (44,7 por cento).
O republicano aproveitou a multidão de apoiantes para criticar Nikki Haley.
“Teve uma noite muito má. Falhou redondamente”, apontou. "Saiu-se muito mal, na verdade. Disse que ia vencer, que ia vencer, mas falhou e muito".
Em tom jocoso Trump comentou que a adversária “entrou com um vestido chique, que provavelmente não era tão chique assim, e disse que ganhou”.
“Que mentira”, lamentou Donald Trump.
“Quem era a impostora que subiu ao palco e declarou vitória? Ela saiu-se muito mal”, atirou ainda. “Eu adoro a Carolina do Sul e nós estamos quinze pontos à frente dela”.
Trump destacou ainda o desempenho de Haley no "caucus" do Iowa da semana passada, onde a candidata ficou em terceiro lugar, atrás do ex-presidente e do governador da Florida, Ron DeSantis, que acabou por abandonar a corrida no domingo.
De acordo com a estação de televisão CNN, Trump é o primeiro candidato republicano fora de exercício na era moderna a vencer em Iowa e New Hampshire.
Haley promete continuar na corrida republicana
Apesar de reconhecer a derrota contra Trump nas primárias republicanas de New Hampshire, Nikki Haley prometeu que vai continuar na corrida pela Casa Branca, alegando que agora vai concentrar-se nas primárias de 24 de fevereiro no Estado onde nasceu, a Carolina do Sul.
“A nossa luta ainda não acabou. Temos um país para salvar”, afirmou a antiga embaixadora norte-americana junto da ONU. “Estamos apenas a começar”.
Admitindo que não pretende desistir relembrou que “mais de 20 Estados ainda vão votar”.
“Devemos honrá-los e permitir que votem”, defendeu a antiga governadora da Carolina do Sul, que assinalou que “ainda falta muito” para terminar as primárias.
Na opinião de Haley, a “maioria dos norte-americanos não quer um candidato tão velho”, disse, sugerindo que Joe Biden é já o seu rival. “Teremos o tempo que necessitarmos para vencer Joe Biden”.
"Uma nomeação [republicana] de Trump seria uma vitória para Biden", insistiu.
Mas Nikki Haley deixou ainda uma crítica a Donald Trump, garantindo que o adversário enfrentará “tempos árduos” na Carolina do Sul, dando, contudo, os parabéns ao rival.
"Quero felicitar Donald Trump pela vitória esta noite. Ele mereceu e eu reconheço isso”.
Democracia "está em jogo"
Pouco depois dos primeiros resultados saírem, Joe Biden alertou que a democracia “está em jogo”.
"É agora claro que Donald Trump será o nomeado republicano. E a minha mensagem para o país é que o que está em jogo não podia ser maior. A nossa democracia. As nossas liberdades individuais (...). A nossa economia (...). Tudo está em jogo", escreveu Biden, num comunicado divulgado na terça-feira à noite.
Também a equipa de campanha de Biden considerou que, com a vitória na noite de terça-feira em New Hampshire, Donald Trump praticamente garantiu a nomeação para as eleições presidenciais de novembro.
"Os resultados desta noite confirmam que Donald Trump está praticamente fechado com a nomeação republicana", declarou Julie Chavez Rodriguez, diretora da equipa, em comunicado.
As primárias democratas em New Hampshire, no nordeste dos Estados Unidos, estiveram mergulhadas em controvérsia devido à decisão do Partido Democrata de romper com uma tradição centenária e iniciar a temporada eleitoral na Carolina do Sul (sudeste), a 3 de fevereiro.
O Comité Nacional Democrata, que tem a palavra final sobre a forma como o candidato presidencial será escolhido, afirma que os responsáveis do partido estadual de New Hampshire violaram as regras partidárias nacionais ao agendar a disputa antes do permitido, uma vez que foi a Carolina do Sul o estado escolhido pelo Comité para o arranque das primárias.
C/agências