As tropas israelitas atingiram o ponto mais profundo no Líbano desde a invasão de 01 de outubro, ao capturarem uma colina estratégica na aldeia de Chamaa, no sul do país, informou a Agência Nacional de Notícias estatal.
A agência acrescentou que as tropas israelitas fizeram explodir o Santuário de Shimon o Profeta, em Chamaa, a cerca de cinco quilómetros da fronteira de Israel, bem como várias casas antes de se retirarem, mas a informação não pôde ser verificada imediatamente.
Os militares de Israel afirmaram, num comunicado, que as suas tropas "continuam a atividade operacional limitada, localizada e direcionada no sul do Líbano", não comentando o ataque.
Aviões de guerra israelitas atacaram os subúrbios do sul de Beirute, conhecidos como Dahiyeh e um bastião das milícias do Hezbollah, bem como várias outras áreas no sul do Líbano, incluindo a cidade portuária de Tiro. Não houve relatos imediatos de vítimas.
Os confrontos e novos bombardeamentos israelitas ocorreram num momento em que os responsáveis libaneses e do Hezbollah estudavam um projeto de acordo de tréguas apresentado pelos Estados Unidos.
Desde setembro que os bombardeamentos de Israel no Líbano se intensificaram dramaticamente, visando paralisar o Hezbollah, apoiado pelo Irão, e acabar com os seus bombardeamentos contra Israel.
As Forças de Defesa de Israel indicaram que o Hezbollah disparou hoje mais de 60 projéteis contra território israelita.
Mais de 3.400 pessoas foram mortas no Líbano por fogo israelita -- 80% delas nas últimas oito semanas, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.
Israel disse que quer garantir que milhares de israelitas possam regressar às suas casas perto da fronteira com o Líbano.
O Centro de Operações de Emergência Sanitária do Ministério da Saúde Pública libanês informou, na sua conta oficial no X, a morte de um paramédico pertencente à Associação Escoteira Islâmica Risala, ligada ao grupo xiita Amal, em Burj Rahhal, "depois de ter sido alvo direto do inimigo israelita durante o seu trabalho de resgate para remover um homem ferido".
Também uma ação israelita contra uma equipa de ambulâncias da Autoridade Islâmica de Saúde, ligada ao grupo xiita libanês Hezbollah, "provocou a morte a outro paramédico", durante "uma operação de resgate" em Kafr Tibnit, na região de Nabatiye. Outros quatro ficaram feridos e dois paramédicos continuam desaparecidos.
Desde que o fogo cruzado entre Israel e o Hezbollah começou, há mais de um ano, pelo menos 208 profissionais de saúde foram mortos por ataques israelitas, segundo o ministério.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro interino do Líbano aparentemente instou o Irão a tentar convencer o Hezbollah a concordar com um acordo de cessar-fogo com Israel, o que exigiria que o grupo se retirasse da fronteira Israel-Líbano.
A proposta baseia-se na resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à última guerra entre Israel e o Hezbollah, em 2006.
Uma cópia do projeto de acordo apresentado pelos EUA foi entregue esta semana ao presidente do Parlamento, Nabih Berri, que está a negociar com assentimento do Hezbollah, segundo uma autoridade libanesa, que falou sob anonimato.
"Não aceitaremos qualquer violação da nossa soberania", disse Berri ao jornal pan-árabe Asharq Al-Awsat, acrescentando que o Líbano não aceita a proposta de criação de um comité para supervisionar o acordo que inclua membros dos países ocidentais.
Uma força de manutenção da paz da ONU já opera perto da fronteira com o Líbano.
Há também um esforço para pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, que começou depois de militantes palestinianos terem invadido Israel a 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas -- a maioria civis -- e raptando outras 250.
O Ministério da Saúde de Gaza disse hoje que 35 pessoas foram mortas em ataques israelitas nas últimas 24 horas - mais de metade dos mortos são mulheres e crianças -, elevando o número total de mortos na guerra para 43.799.