Tropas israelitas atacam Beit Lahia após detetarem presença do Hamas

por Lusa
Hannibal Hanschke - EPA

O exército israelita expandiu hoje a incursão terrestre em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, depois de ter recebido informações prévias que apontavam para a presença de elementos do Hamas naquela zona.

"As tropas começaram a operar na área de Beit Lahia depois de receberem informações prévias dos serviços de informação que indicava a presença de terroristas e de infraestruturas terroristas", referiu hoje o exército em comunicado.

Na nota, o exército garante que está a facilitar a retirada "segura" dos palestinianos que vivem em zonas de combate através de rotas organizadas.

Estima-se que cerca de 3.000 habitantes de Gaza continuem a viver na cidade de Beit Lahia, no norte do país, que já tinha sido castigada nas últimas semanas pelos bombardeamentos israelitas.

"Ao mesmo tempo, as tropas continuam a operar na zona de Yabalia, onde no último dia eliminaram cerca de 50 terroristas", é referido na nota.

O norte de Gaza enfrenta a sua pior ofensiva militar desde o início da guerra.

"Perante o contínuo e feroz ataque das forças de ocupação israelitas contra a província do norte de Gaza e o cerco cada vez mais apertado contra ela e os seus hospitais, apelamos ao nosso grande povo no norte da Faixa de Gaza para doar sangue ao Hospital Árabe Ahli Baptista", solicitou hoje Ministério da Saúde de Gaza.

Desde o início da guerra, a 07 de outubro de 2023, 43.020 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza - na maioria mulheres e crianças - e 101.110 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde do enclave governado pelo Hamas.

O secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), Jan Egeland, visitou esta semana a cidade de Gaza e outras zonas no norte do enclave e lamentou ter "testemunhado o sofrimento quase sem precedentes das famílias que ali vivem".

"O que vi e ouvi no norte de Gaza foi uma população levada ao limite. Famílias dilaceradas, homens e rapazes detidos e separados dos seus entes queridos e famílias incapazes sequer de enterrar os seus mortos. Alguns passaram dias sem comer, não encontram água potável em lado nenhum. É uma cena após a outra de desespero absoluto", disse Egeland num comunicado.

Na nota recorda que cerca de 100 mil pessoas ainda estão retidas no norte de Gaza e que estão "completamente isoladas da ajuda humanitária".

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