A justiça russa terá aceitado libertar o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, que estava acusado de espionagem por alegadamente ter acedido a informação secreta sobre a indústria militar do país.
Evan Gershkovich foi condenado a 19 de julho a 16 anos de prisão na Rússia, após um julgamento sumário por "espionagem", acusação que nunca foi provada.
Nascido nos Estados Unidos e filho de imigrantes da antiga União Soviética, o jornalista de 32 anos do The Wall Street Journal, foi detido em março.
Após a condenação, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que os Estados Unidos continuavam a trabalhar "incansavelmente" para obter a sua libertação.
Gershkovich é o primeiro jornalista ocidental detido e condenado sob a acusação de espionagem na Rússia pós-soviética.O acordo, que parece ser um dos maiores desde a Guerra Fria, inclui também a libertação do ex-marinheiro Paul Whelan, segundo a CNN, enquanto a ABC refere que outros países ocidentais estão envolvidos na troca.
Esta troca de prisioneiros é a primeira entre Moscovo e o Ocidente desde a libertação, em dezembro de 2022, da jogadora de basquetebol americana Brittney Griner, detida na Rússia por acusações de tráfico de droga, em troca da libertação do famoso traficante de armas russo Viktor Bout, preso nos Estados Unidos.
Uma troca anterior, em 2010, permitiu a libertação de 14 espiões, incluindo a russa Anna Chapman, condenada nos Estados Unidos, e Sergei Skripal, um agente duplo preso na Rússia.
No passado, não foi possível efetuar trocas em grande escala que envolvessem tantas pessoas.
RSF aliviada com a libertação
A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF) declarou esta quinta-feira estar "imensamente aliviada" com a possível libertação do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, condenado na Rússia e que, segundo a imprensa dos Estados Unidos, estaria envolvido numa grande troca de prisioneiros entre Moscovo e o Ocidente.
"Estamos imensamente aliviados por saber que a provação de 16 meses de Evan Gershkovich deverá finalmente chegar ao fim. Aguardamos ansiosamente a notícia do seu regresso em segurança aos Estados Unidos", declarou Rebecca Vincent, diretora de campanhas da RSF.
Em comunicado enviado à AFP, a responsável acrescenta que a ONG continua "profundamente preocupada com a detenção contínua de mais de 40 outros jornalistas na Rússia", incluindo a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva.
Em comunicado enviado à AFP, a responsável acrescenta que a ONG continua "profundamente preocupada com a detenção contínua de mais de 40 outros jornalistas na Rússia", incluindo a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva.
c/ agências