Trinta países poderão ter capacidade para desenvolver a arma nuclear, além das nove potências nucleares declaradas ou conhecidas, declarou hoje o director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) em Viena.
"É necessário desenvolver uma nova forma de relacionamento internacional, senão teremos de lidar não apenas com nove Estados com a arma nuclear, mas com vinte, trinta outros com capacidade para desenvolver armas nucleares muito rapidamente", afirmou Mohamed ElBaradei.
O responsável, que falava na abertura de um colóquio de especialistas, referia-se aqueles "Estados nucleares militares virtuais", que têm os conhecimentos e os meios para enriquecer urânio ou para tratar plutónio.
Durante uma semana, os participantes no colóquio vão analisar os meios para melhorar os métodos de verificação da não proliferação, visando assegurar que os programas nucleares dos Estados são pacíficos e não são desviados para fins militares.
"Infelizmente, o meio não é seguro", disse ElBaradei, numa referência às tentações dos Estados de se dotarem da arma atómica, aos programas militares que no passado foram desenvolvidos pelo Iraque e pela Líbia, assim como às actividades clandestinas do Irão durante duas dezenas de anos.
Ao lado das cinco potências nucleares declaradas - Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China e França - três outros países estão registados entre os que possuem arma atómica: Israel, Índia e Paquistão. A Coreia do Norte anunciou dia 09 ter realizado um ensaio nuclear subterrâneo.
A Comissão Preparatória para a Proibição Total dos Ensaios Nucleares (CTBTO na sigla em inglês) tem prevista uma conferência de imprensa, quarta-feira, para abordar a crise desencadeada pelo teste norte-coreano.