A manifestação fora proibida pelo vereador da cidade com o pelouro da segurança, mas um tribunal decidiu revogar a proibição. O tema promete continuar a dar que falar.
Hoje, naturalmente, é uma data que só os mais assumidos simpatizanets neonazis se atrevem a comemorar. Para fazê-lo, criaram a associação ad hoc Wir für Deutschland ("Nós pela Alemanha") e convocaram para a noite de sexta feira uma manifestação "de luto", em que previram a presença de umas 250 pessoas, com fachos, lanternas e bandeiras.
Como estão previstas outras manifestações, estas antinazis, evocativas do pogrom de 1938, a manifestação foi proibida pelo vereador berlinense da Administração Interna, o social-democrata Andreas Geisel, com o assentimento da polícia, que prevê desacatos em larga escala se a manifestação for por diante.
Segundo Geisel, citado em Der Spiegel, "considero insuportável a ideia de que extremistas de direita desfilem pelo bairro do governo, possivelmente ainda por cima com velas acesas na escuridão, no 80º aniversário da Noite do Pogrom". E acrescentou: "Não podemos continuar a tolerar um assumido extremismo de direita a coberto da liberdade de opinião".
A associação interpôs uma providência cautelar, e esta foi atendida pelo Tribunal Administrativo de Berlim, a pretexto da liberdade de reunião. Segundo o Tribunal, a proibição só seria justificável se a manifestação da extrema-direita tivesse um significado claramente provocatório, contra as outras manifestações agendadas.
Ora, considerou o tribunal, "não é de esperar que nas concentrações anunciadas se atinja um patamar de comportamento agressivo e provocatório, que intimide os cidadãos, através do qual se produza um ambiente de prova de força e de potencial disposição para a violência".
Além disso, acrescentou ainda o tribunal, o dia 9 de Novembro "não é um feriado especialmente dedicado à evocação das injustiças do nacional-socialismo e do Holocausto".