Um tribunal japonês sentenciou o ex-diretor da Nissan Motor Greg Kelly a pena suspensa de seis meses de prisão por ocultar o rendimento do ex-presidente do fabricante de automóveis Carlos Ghosn.
A acusação tinha pedido uma pena de prisão efetiva até dois anos para Kelly, um executivo norte-americano que foi detido no Japão, em novembro de 2018, juntamente com Ghosn.
O tribunal de Tóquio considerou que Kelly teve alguma responsabilidade, durante um ano, nos crimes de fraude, má gestão e apropriação de capitais atribuídos a Ghosn.
A japonesa Nissan exigiu a Ghosn o pagamento de 83,4 milhões de euros para "recuperar uma parte significativa dos prejuízos provocados pelo ex-presidente", acusado de fraude e má gestão.
O construtor automóvel acusou o executivo de "práticas corruptas", que incluem compra de várias casas, uso privado de aviões da empresa e pagamentos indevidos a familiares.
Ghosn, com nacionalidade libanesa, francesa e brasileira, fugiu do país em dezembro de 2019, quando aguardava julgamento em liberdade sob fiança, e encontra-se desde então em Beirute. O Líbano não tem acordo de extradição com o Japão.
Em julho, um tribunal de Tóquio condenou dois norte-americanos, Michael Taylor e o filho, Peter Taylor, a 24 e 20 meses de prisão por terem ajudado Ghosn a fugir do Japão.
Carlos Ghosn, de 67 anos, que prestou declarações no Líbano após um pedido da Interpol apresentado pelo Japão, negou todas as acusações, afirmando que é vítima de uma conspiração orquestrada pela Nissan, numa altura em se que negociava com a Renault uma maior participação da empresa francesa no grupo.