Um tribunal de Myanmar (antiga Birmânia) condenou dois ex-ministros do partido da líder civil deposta, Aung San Suu Kyi, a 90 e 75 anos de prisão, considerando-os culpados de corrupção, disse o seu advogado.
De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), Than Naing, ex-ministro do Planeamento do estado de Kayin, foi condenado a 90 anos de prisão, incluindo trabalho forçado, por seis acusações de corrupção, disse o advogado Zaw Min Hlaing.
A segunda arguida, ex-ministra chefe do estado de Kayin e membro da direção do partido de Suu Kyi, foi condenada a 15 anos de prisão em cada uma das cinco acusações, disse Zaw Min Hlaing.
Aung Suu Kyi também enfrenta uma série de acusações que podem levá-la à prisão durante várias décadas, incluindo a importação ilegal de "walkie-talkies", incitação à perturbação da ordem pública, sedição, corrupção e o não cumprimento das regras de combate ao novo coronavírus. Qualquer condenação irá impedi-la de concorrer nas eleições que o governo instalado pelos militares prometeu realizar até 2023.
Os dois ex-governantes já tinham sido condenados a dois anos de prisão por incitação à perturbação da ordem pública, após a tomada do poder pelo exército.
O golpe militar de 1 de fevereiro pôs fim a um breve parêntesis democrático de uma década no país. Desde então, o exército tem levado a cabo uma repressão sangrenta dos opositores ao regime.