Três jornalistas russos foram assassinados na última segunda-feira na República Centro Africana, enquanto realizavam um documentário sobre as atividades de uma empresa de segurança russa que se encontrava no país. De acordo com o relato do único sobrevivente, os três homens russos foram vítimas de uma emboscada.
O grupo estava no país para realizar um documentário sobre as atividades do grupo Wagner, uma empresa de segurança que recebeu pedidos do Kremlin para conduzir tarefas militares secretas na Ucrânia e na Síria e que agora se encontrava na República Centro Africana.
Não há provas que o assassinato dos três jornalistas esteja ligado à realização do documentário, pedido pelo Centro de Controlo e Investigação, uma organização noticiosa, financiada por Mikhail Khodorkovsky, um homem de negócios do petróleo que se encontra exilado.
Para além de investigar as atividades do grupo Warner na República Centro Africana, que tem relações duvidosas com o Kremlin (que já negou qualquer ligação), os três jornalistas procuravam evidências do interesse russo nos recursos do país, como o ouro, urânio e exploração de diamantes.
O presidente da região de Sibut, Henri Depele, revelou à Reuters que o grupo foi alvo de emboscada, nomeadamente de um grupo de rebeldes. O condutor da viatura, que sobreviveu, deu o alerta e afirmou que os três jornalistas foram assaltados por um grupo de homens com turbantes, que falavam árabe, abriram fogo e levaram o equipamento que estava no carro.
Orkhan Dzhemal tinha 51 anos e era um experiente correspondente militar, tendo estado presente em vários conflitos pelo mundo. Aleksandr Rastorguev, com 47 anos, era um dos maiores documentaristas russos e Kirill Radchenko (33 anos) era operador de câmara.