Três agências do Millenium BCP em Atenas ficaram completamente destruídas

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Atenas, 10 Dez (Lusa) - Três agências do Millenium BCP em Atenas ficaram totalmente destruídas e 13 ou 14 estão muito danificadas, afirmou hoje o embaixador de Portugal em Atenas, Alfredo Duarte Costa.

Em declarações à Lusa por telefone, o embaixador afirmou que desde o início dos actos de violência no sábado, teve pela primeira vez oportunidade de "passear pelas ruas" na terça-feira no centro de Atenas e que "hotéis, lojas e bancos estão todos destruídos, ou queimados ou com os vidros partidos".

Referindo-se ao dia de hoje, o embaixador precisou que "por enquanto está tudo calmo" e que "o país está praticamente paralisado devido à convocação da greve geral", sublinhando que esta nada tem a ver com os recentes actos de violência registados na Grécia.

Além da greve geral e apesar do apelo do primeiro-ministro grego para que não fossem realizadas hoje manifestações, estas são aguardadas a partir da tarde, referiu ainda o embaixador.

Em relação a terça-feira, Alfredo Duarte Costa afirmou que foi o dia "mais calmo" desde o início da violência no sábado.

Manifestações contra a policia e actos de violência voltaram a ser registados nas cidades gregas depois do funeral do jovem adolescente morto por um agente policial, aprofundando a crise social e política no país, apesar de apelos à calma pelas autoridades.

Numa mensagem à nação, o primeiro-ministro grego, Costa Caramanlis, acusou os amotinados de serem "inimigos da democracia".

Alexis Grigoropoulos, 15 anos, cuja morte, no sábado, provocou uma espiral de violência, foi enterrado terça-feira à tarde em Paleo Faliro, um subúrbio da capital próximo do porto do Pireu.

A violência recomeçou após o funeral nas imediações do cemitério, e depois em Atenas, Patras (ocidente) e Salonica (norte), prolongando a vaga de manifestações que começou sábado à noite depois da morte do jovem grego.

Novos confrontos entre manifestantes e a polícia verificaram-se terça-feira à tarde no centro de Atenas, onde jovens lançaram pedras, partiram montras de lojas e danificaram carros estacionados. A policia reagiu recorrendo a gás lacrimogéneo, testemunharam jornalistas.

Em Patras, cerca de 500 pessoas atacaram terça-feira à noite o edifício do comando da polícia com pedras e engenhos incendiários, e a polícia replicou com gás lacrimogéneo segundo fontes policiais.

Em Paleo Faliro, o enterro de Alexis Grigoropoulos decorreu num ambiente de calma relativa, como pedira a família.

O apelo foi respeitado, à parte alguns insultos contra a polícia que se encontrava perto: "Chuis, porcos, assassinos" gritaram jovens na altura em que o adolescente era levado para a sua campa num caixão branco.

O enterro do jovem foi precedido em Atenas e Salonica por manifestações de vários milhares de pessoas, que a polícia tentou dispersar. A tensão foi particularmente alta no bairro estudantil da capital.

Segundo um balanço avançado pela polícia, 108 pessoas foram detidas na Grécia desde sábado à noite e outras 29 foram hospitalizadas durante algumas horas, a maioria por perturbações respiratórias causadas pelo gás lacrimogéneo.

Os bombeiros indicaram segunda-feira que os incêndios provocados pelos protestos atingiram 49 edifícios de escritórios, 47 lojas, 14 agências bancárias, 20 carros e três ministérios.


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