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Treino militar europeu poderá ser feito na Ucrânia em caso de trégua, admite Kallas

por Lusa

A chefe da diplomacia União Europeia (UE), Kaja Kallas, admitiu hoje a possibilidade de países que apoiam Kiev treinarem os militares ucranianos na Ucrânia em caso de um cessar-fogo com a Rússia.

"Esta é uma das questões que vamos debater hoje", disse Kallas à chegada à primeira reunião dos ministros da Defesa da coligação dos países dispostos a apoiar a Ucrânia.

A reunião foi convocada pelo Reino Unido e pela França na sede da NATO, em Bruxelas.

O treino de militares ucranianos por países que apoiam Kiev tem sido realizado fora da Ucrânia para evitar o alargamento do conflito iniciado pela Rússia em 2022.

"No futuro, que mais podem as missões da UE fazer? Devemos alargar o mandato? Devemos incluir coisas diferentes? Devemos também discutir onde é que esta formação tem lugar?", disse Kallas à imprensa, citada pela agência de notícias espanhola EFE.

A Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança disse que até agora, foi possível atualizar a missão da formação europeia de militares ucranianos de acordo com as necessidades da Ucrânia.

Kallas afirmou que a missão de treino da UE já formou 73 mil soldados ucranianos e considerou que a missão civil da União na Ucrânia "poderia fazer mais".

Na mesma linha, recordou que a UE é "o maior fornecedor da indústria de defesa ucraniana".

"A Europa é o maior fornecedor também de ajuda militar e estamos constantemente a pressionar, o que mais podemos fazer?", questionou.

Referiu que, apesar de haver uma proposta de cessar-fogo em cima da mesa, "a Rússia ainda não concordou" com a trégua.

Kallas também defendeu ser necessário especificar que tipo de força a coligação estará disposta a enviar para a Ucrânia depois de uma trégua, seja para fins de segurança, dissuasão, controlo ou manutenção da paz.

"Existem diferentes opções e, como é óbvio, diferentes países têm diferentes sensibilidades em relação a esta questão", afirmou, referindo que alguns Estados "estão dispostos a participar, outros não".

Sobre a mesma questão, disse que vai tentar "manter os Estados Unidos a bordo".

"Os Estados Unidos também estão interessados na estabilidade e na paz na Europa, porque o que está a acontecer na Ucrânia e a forma como esta guerra termina também tem repercussões noutros teatros de segurança, como na Ásia-Pacífico", afirmou.

Portugal está representado na reunião pelo secretário de Estado adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco.

O encontro de hoje decorre na véspera de uma reunião do grupo de contacto da defesa da Ucrânia, criado em abril de 2022 pelos Estados Unidos e que reúne cerca de 50 países que apoiam militarmente Kiev.

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