Tratamento do cancro da próstata pode prolongar esperança de vida

por Agência LUSA

Os homens que desenvolvem cancro da próstata em idade avançada e que recebem tratamento têm uma esperança de vida prolongada contrariamente ao que se pensava, indica um estudo publicado quarta-feira nos Estados Unidos.

O estudo, publicado no Jornal da Associação Médica Norte-Americana e qu e foi efectuado num universo de 44.630 homens com idades compreendidas entre os 65 e os 80 anos, mostra que aqueles que receberam tratamento por raios ou por ci rurgia têm menos 31 por cento de riscos de morrer, do que aqueles que não benefi ciaram do tratamento.

O mesmo resultado é verificado nos doentes mais velhos, com idades entr e os 75 e 80 anos.

"Mesmo sendo o cancro da próstata habitualmente considerado como sendo uma doença indolor (desenvolve-se devagar e não provoca sofrimento), este estudo mostra que há um risco reduzido de mortalidade" caso os doentes mais idosos se sujeitem ao tratamento, dizem os autores do estudo. Yu-Ning Wong, médico do Centro do Cancro Fox Chase na Filadélfia e que dirigiu o estudo, considera que estes resultados contradizem o pressuposto habit ual, segundo o qual este tipo de cancro evolui tão lentamente que, nos primeiros estados da doença, não se justifica a necessidade de efectuar tratamento nos pa cientes mais velhos, visto poderem vir a morrer de outra causa que não o cancro.

"O tratamento do cancro da próstata nos homens idosos é controverso dev ido aos importantes efeitos secundários", afirmou o médico.

"Penso que o nosso estudo demonstra que este tipo de doentes beneficiar ia com os tratamentos mas isso obviamente vai contrabalançar com outros problema s".

O médico reconheceu que este estudo deve ainda ser confirmado com outra s investigações.

O cancro da próstata é, juntamente com o da pele, o tipo de cancro mais frequente entre os norte-americanos, segundo a Sociedade Norte-Americana do Can cro. Esta estima que, em 2006, existam nos Estados Unidos 234.460 pessoas co m cancro da próstata, das quais 27.350 podem vir a morrer da doença.

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