Os direitos aduaneiros adicionais de 25% impostos por Washington sobre os automóveis importados para os Estados Unidos são “extremamente lamentáveis”, afirmou o porta-voz do governo japonês.
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba já indicou que Tóquio está a considerar “uma resposta adequada” do Japão, cuja indústria automóvel sai particularmente afetada por esta ofensiva comercial dos Estados Unidos.
Também o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em visita oficial ao Japão afirmou hoje que o Brasil “não pode ficar de braços cruzados” perante a ofensiva aduaneira lançada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, esta quarta-feira oficialmente alargada ao setor automóvel.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acrescentou um novo setor à sua ofensiva aduaneira na quarta-feira, anunciando direitos aduaneiros adicionais de 25% sobre o sector automóvel.
Estas taxas aplicar-se-ão a “todos os automóveis que não sejam fabricados nos Estados Unidos”, declarou o presidente norte-americano a partir da Casa Branca, acrescentando que entrarão em vigor “a 2 de abril”.
O Japão é particularmente vulnerável a esta decisão. No ano passado, a indústria automóvel representou 28% das exportações japonesas para os Estados Unidos, no valor de cerca de 40 mil milhões de dólares (37,12 mil milhões de euros). A indústria automóvel é um pilar fundamental da economia japonesa, representando cerca de 10% dos postos de trabalho.
Para o gigante japonês Toyota, número um no mundo em termos de veículos vendidos, à frente do rival alemão Volkswagen, os Estados Unidos continuam a ser um mercado crucial. Os construtores japoneses de automóveis têm também uma forte presença no México, com linhas de produção interdependentes.