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Todos os países lusófonos diminuíram a mortalidade infantil nos últimos 30 anos, indica ONU

por Lusa

Todos os países lusófonos baixaram a mortalidade infantil nos últimos 30 anos, mas alguns ainda contribuem para as tendências atuais que culminarão na morte de 48 milhões de crianças com menos de cinco anos até 2030, indica a ONU.

O relatório "Níveis e tendências da mortalidade infantil" foi elaborado por várias instituições internacionais (Unicef, OMS, Grupo do Banco Mundial e Nações Unidas) e indica que, a cada 4,4 segundos, uma criança ou jovem morreu em 2021.

Este documento do Grupo Interagências das Nações Unidas para a Estimativa da Mortalidade Infantil (IGME/ONU) inclui os dados dos países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Todos estes países melhoraram os seus principais indicadores relacionados com a mortalidade infantil nas três últimas décadas.

Em 1990, Angola tinha uma taxa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de 223 por cada mil nascimentos, um número que desceu para 204 em 2000 e para 71 em 2020.

Neste país africano, morreram 125.000 crianças com menos de cinco anos em 1990, 153.000 em 2000 e 91.000 em 2020.

A taxa de mortalidade infantil era de 132 por 1.000 nascimentos em 1990 e de 48 por mil nascimentos em 2020. As mortes infantis passaram de 76.000 (1990) para 62.000 em 2020.

Em relação à taxa de mortalidade neonatal, esta situava-se nos 54 por mil nascimentos em 1990, 50 em 2000 e 27 em 2020. A descida não se registou nas mortes neonatais que foram 32.000 em 1990, subindo para 40.000 em 2000 e atingindo os 36.000 em 2020.

Os indicadores melhoraram no Brasil, onde em 1990 existia uma taxa de mortalidade infantil abaixo dos cinco anos de idade de 63 por cada mil nascimentos, 35 em 2000 e 15 em 2020.

O número de crianças com menos de cinco anos que morreram em 1990 foi de 234.000 em 1990, 122.000 em 2000 e, vinte anos depois, de 42.000.

O Brasil registou uma taxa de mortalidade infantil de 53 por mil nascimentos em 1990 e, em 2020, de 13 por mil nascimentos.

Neste país lusófono, as mortes infantis diminuíram de 194.000 em 1990 para 38.000 em 2020.

A taxa de mortalidade neonatal foi de 25 por mil nascimentos em 1990, 19 em 2000 e nove em 2020, enquanto as mortes neonatais atingiram os 94.000 (1990), os 65.000 (2000) e os 25.000 (2020).

Em Cabo Verde, a taxa de mortalidade inferior a cinco anos por cada mil nascimentos era de 60 em 1990, 38 em 2000 e 14 em 2020. Foram registadas 1.000 mortes de menores de cinco anos em 1990, não existindo registo de quaisquer óbito nas décadas seguintes.

A taxa de mortalidade infantil (por mil nascimentos) foi de 47 em 1990 e, 30 anos depois, de 12. O número de mortes infantis que, em 1990, foi de 1.000 passou para zero em 2020.

A taxa de moralidade neonatal foi de 20 por mil nascimentos em 1990, 18 em 2000 e nove em 2020. Não foram identificadas no documento mortes neonatais nestes períodos.

Na Guiné-Bissau, a taxa de mortalidade infantil antes dos cinco anos foi de 222 (por mil nascimentos) em 1990, 174 em 2000 e 77 em 2020.

As mortes anteriores ao quinto aniversário foram: 10.000 em 1990, 8.000 em 2000 e 5.000 em 2020.

Neste país, a taxa de mortalidade infantil (por mil nascimentos) foi de 131 em 1990 e 51 em 2020. Registaram-se 6.000 mortes infantis em 1990 e 3.000 em 2020.

Em relação à taxa de mortalidade neonatal, esta foi de 64 por mil nascimentos em 1990, 55 em 2000 e 35 em 2020. As mortes neonatais atingiram os 3.000 em 1990, o mesmo número em 2000 e, em 2020, os 2.000.

Na Guiné Equatorial, o último país a aderir à CPLP, a taxa de mortalidade infantil antes dos cinco anos foi de 178 (por mil nascimentos) em 1990, 156 em 2000 e 78 em 2020.

As mortes abaixo dos cinco anos de idade atingiram os 3.000 em 1990, subiram para 4.000 em 2000 e recuaram novamente para os 3.000 em 2020.

A taxa de mortalidade infantil por mil nascimentos na Guiné Equatorial foi de 121 em 1990 e 58 em 2020, enquanto as mortes infantis situaram-se nos 2.000 em 1990 e 3.000 três décadas depois.

A taxa de mortalidade neonatal era de 48 por mil nascimentos em 1990, 44 em 2000 e 29 em 2020. O número de mortes neonatais foi igual nos três períodos: 1.000.

Moçambique tinha em 1990 uma taxa de mortalidade inferior a cinco anos por cada mil nascimentos de 245, que desceu para 170 em 2000 e para 71 em 2020.

Foram registadas 142.000 mortes infantis em 1990, 128.000 em 2000 e 79.000 em 2020.

A taxa de mortalidade infantil (por mil nascimentos) em Moçambique foi de 163 em 1990 e de 53, 30 anos depois. O número de mortes infantis desceu de 95.000 em 1990 para 60.000 em 2020.

A taxa de moralidade neonatal foi de 63 por mil nascimentos em 1990, 47 em 2000 e 28 em 2020, enquanto as mortes neonatais nesses anos foram de 38.000, 37.000 e 33.000, respetivamente.

Portugal registou, em 1990, uma taxa de mortalidade abaixo dos cinco anos de 15 por cada mil nascimentos, um número que desceu para sete em 2000 e para três em 2020.

Neste país, morreram 2.000 crianças com menos de cinco anos em 1990, 1.000 em 2000 e nenhuma em 2020.

A taxa de mortalidade infantil passou de 12 por 1.000 nascimentos em 1990 para três por mil nascimentos em 2020. As mortes infantis, que foram 1.000 em 1990, foram zero em 2020.

Em relação à taxa de mortalidade neonatal, esta situava-se nos sete por mil nascimentos em 1990, três em 2000 e dois em 2020. As mortes neonatais foram 1.000 em 1990, sem mais registos nas décadas seguintes.

São Tomé e Príncipe apresentava uma taxa de mortalidade abaixo dos cinco anos de 108 por cada mil nascimentos em 1990, um número que desceu para 82 em 2000 e para 16 em 2020.

Não é indicado no relatório qualquer morte abaixo dos cinco anos de idade.

A taxa de mortalidade infantil neste país africano foi de 69 por mil nascimentos em 1990 e de 13 por mil nascimentos em 2020.

Em relação à taxa de mortalidade neonatal, esta situava-se nos 26 por mil nascimentos em 1990, 22 em 2000 e oito em 2020. Não é indicada qualquer morte neonatal nas três datas.

Em 1990, Timor-Leste apresentava uma taxa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de 175 por cada mil nascimentos, um número que desceu para 108 em 2000 e para 42 em 2020.

Neste país morreram 5.000 crianças com menos de cinco anos em 1990, 4.000 em 2000 e 2.000 em 2020.

A taxa de mortalidade infantil situava-se em 132 por mil nascimentos em 1990 e em 37 em 2020. As mortes infantis passaram de 4.000 (1990) para 1.000 em 2020.

Em relação à taxa de mortalidade neonatal, situava-se nos 57 por mil nascimentos em 1990, 38 em 2000 e 19 em 2020. As mortes neonatais também baixaramdos 2.000 em 1990 para os 1.000 em 2000, mantendo-se este valor em 2020.

De acordo com o relatório, estima-se que cinco milhões de crianças morreram antes do seu quinto aniversário e outros 2,1 milhões de crianças e jovens entre os 5-24 anos perderam a vida em 2021.

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