O diretor-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras da Guiné-Bissau, Lino Leal, disse hoje que todas as 11 crianças que viajaram com uma mulher no sábado para Portugal saíram do país de forma legal.
"Todas saíram devidamente legalizadas. Tinham autorização de viagem feita pelos próprios pais e autorizada pela curadoria de menores do Tribunal Regional de Bissau", afirmou, em conferência de imprensa, Lino Leal.
O diretor-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras guineense salientou também que o aeroporto da Guiné-Bissau "está devidamente controlado" e que os voos da TAP são controlados por um inspetor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal, que "controla todos os documentos e eventuais irregularidades".
"Não há possibilidade de viajarem ilegalmente", sublinhou Lino Leal.
Lino Leal disse também que as famílias das crianças, com nacionalidade portuguesa e espanhola, estavam no aeroporto à sua espera.
"A Guiné-Bissau tem um aeroporto muito mais controlado desde que assumi funções. Aqui ninguém entra em Portugal com situação anormal ou irregular", insistiu Lino Leal.
Uma mulher estrangeira, que viajou de Bissau acompanhada de 11 crianças, foi detida no sábado no aeroporto de Lisboa por suspeitas do crime de tráfico de pessoas, anunciou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português.
"A suspeita viajava acompanhada de 11 crianças, alegando ser mãe de uma delas e para a qual apresentou às autoridades de fronteira um documento alheio, pertencente à sua verdadeira filha, com a qual apresentava semelhanças fisionómicas", adiantou o SEF em comunicado.
A detenção ocorreu na noite de sábado por "fortes indícios" da prática do crime de tráfico de seres humanos, auxílio à migração ilegal e uso de documento de viagem alheio, referiu ainda o SEF, ao avançar que 10 crianças "foram entregues em segurança a familiares que se encontravam" em Portugal.
"Já a outra menor foi devidamente acompanhada por uma equipa multidisciplinar, especialmente vocacionada para casos de tráfico de seres humanos e, posteriormente, encaminhada para uma casa abrigo, destinada ao acolhimento de crianças e jovens suspeitas de terem sido vítimas deste crime", indicou ainda o comunicado.