Pelo menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas num tiroteio no centro de Paris esta sexta-feira. Um homem de 69 anos foi detido pelas autoridades. Os disparos aconteceram nas proximidades de um centro cultural curdo na capital francesa.
Segundo uma fonte policial ouvida pela agência AFP, o alegado atirador é de nacionalidade francesa, maquinista reformado e é conhecido pelas autoridades pelo envolvimento em duas situações anteriores de tentativas de homicídio. Uma delas ocorreu há um ano num campo de refugiados e a outra em 2016.
“O tiroteio aconteceu junto a um centro para a comunidade curda situado na Rue d'Enghien, assim como um restaurante e um cabeleireiro virados para esse centro”, avançou a autarca de Paris, Alexandra Cordebard.
A autarca do décimo bairro de Paris diz que a zona do tiroteio vai ficar isolada até ao final do dia.
Segundo informações do Le Monde, as três pessoas que morreram no ataque à rua d'Enghien são militantes curdos. Foram mortos em frente ao Centro Cultural Curdo Ahmet-Kaya.
"Mais uma vez, as autoridades francesas falharam em proteger-nos. Mais uma vez a DGSI [Direcção Geral de Segurança Interna] está a vigiar-nos em vez de garantir a nossa segurança. Para nós, este ataque é terrorista. Faz parte de um clima de tensão intencional mantido pela Turquia", disse o porta-voz do centro cultural, Agit Polat, citado pelo Le Monde.
Presente no momento do ataque, Selma Akkaya, jornalista e ativista curda, disse à AFP que "há seis pessoas feridas", incluindo "uma famosa cantora curda".
No Twitter, as autoridades policiais de Paris apelaram à população que não se aproxime da zona onde decorrem agora operações de socorro.
#Paris10 rue d'Enghien, intervention de police en cours. ➡️ Une personne interpellée
— Préfecture de Police (@prefpolice) December 23, 2022
🔴 Évitez le secteur et laissez les services de secours intervenir pic.twitter.com/5C5wcKCCHk
As autoridades consideraram entretanto o incidente, que ocorreu no 10.º arrondissement, como encerrado, avançou o Ministério Público francês.
As reações
A procuradora de Paris já ordenou uma investigação para averiguar o que aconteceu esta manhã no centro de Paris e adiantou que informações já têm sobre o suspeito.
"Houve um ataque com arma de fogo. Obrigado às forças de segurança pela sua ação rápida", escreveu por sua vez, no Twitter, o vice-presidente da Câmara Emmanuel Gregoire. "Os nossos pensamentos estão com as vítimas e aqueles que testemunharam este drama".
Já o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, escreveu no Twitter que vai interromper a sua viagem pelo norte do país para regressar à capital "após o dramático tiroteio". Devido ao incidente, o Governo francês pediu à polícia que reforce a proteção de locais habitualmente frequentados pela comunidade curda por todo o país.
Já o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, escreveu no Twitter que vai interromper a sua viagem pelo norte do país para regressar à capital "após o dramático tiroteio". Devido ao incidente, o Governo francês pediu à polícia que reforce a proteção de locais habitualmente frequentados pela comunidade curda por todo o país.
Segundo a BFM TV, as motivações do alegado atirador - que ficou ferido no incidente - não ficaram imediatamente claras.
Uma testemunha disse à agência francesa de notícias AFP que foram disparados sete ou oito tiros, semeando o caos na rua. Segundo algumas testemunhas, o homem disparou indiscriminadamente.
A primeira-ministra francesa também já reagiu no Twitter ao ataque, que apelidou de “ato hediondo”. Elisabeth Borne expressou os seus "sentimentos" e o seu "total apoio às vítimas e aos seus entes queridos".