Timor-Leste solidário com situação em Cabo Delgado  

por Lusa

O Presidente de Timor-Leste manifestou-se hoje solidário com Moçambique face às incursões armadas de grupos terroristas em Cabo Delgado, no norte do país, declarando-se abertura para apoiar o país africano.

"Solidarizamo-nos totalmente com Moçambique na gestão desta situação de ameaça à estabilidade que decorre de fontes externas", declarou  José Ramos-Horta, durante uma conferência de imprensa, após uma reunião com chefe de Estado moçambicano em Maputo, no âmbito da visita de trabalho que realiza Moçambique até domingo.

O chefe de Estado timorense manifestou abertura para apoiar o país africano face ao terrorismo na província moçambicana de Cabo Delgado, assinalando os laços históricos que existem entre os dois Estados.

"Podem contar connosco", frisou José Ramos-Horta, que também aproveitou a ocasião para convidar o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi,  para visitar Timor-Leste para "partilhar a sua experiência" nos esforços para pacificação do país.

"Moçambique é um sucesso de reconciliação, para quem conheceu o país anteriormente. Mesmo a luta armada [contra o regime colonial português], os portugueses militares [capturados durante a luta] foram entregues são e salvos e do outro lado não aconteceu", acrescentou.

Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

A população de outros distritos da província têm relatado a movimentação destes grupos de insurgentes, que provocam o pânico à sua passagem, nas matas, mas sem registo de confrontos, o que acontece numa altura em que os camponeses tentam realizar trabalhos de colheita nos campos de cultivo.

O Presidente de Moçambique afirmou em 16 de junho que a ação das várias forças de defesa permitiu acabar com "praticamente todas" as bases dos grupos terroristas que operam em Cabo Delgado, que se limitam agora a "andar no mato".

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