Tentativa de golpe de Estado faz cinco mortos

por RTP
A morte voltou à Guiné-Bissau em mais uma tentativa de golpe de Estado. RTP

A tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau terá feito cinco mortos. Segundo fontes hospitalares o antigo primeiro-ministro, Faustino Fudut Imbali, terá sido também morto a tiro depois de se saber das mortes do antigo ministro da Defesa, Hélder Proença, do candidato presidencial Baciro Dabó e ainda de um segurança e o motorista de Hélder Proença.

O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Faustino Fudut Imbali, foi morto com um tiro no mesmo dia em que as autoridades anunciaram uma tentativa de golpe de Estado no país.

Segundo informação de fontes hospitalares neste momento há cinco corpos naquela unidade, Heldér Proença, Baciro Dabó, Faustino Fudut Imbali e ainda de um segurança e o motorista de Hélder Proença.

O antigo ministro da Defesa guineense Hélder Proença e o candidato presidencial, Baciro Dabó, foram assassinados esta madrugada na Guiné-Bissau no mesmo dia em que as autoridades guineenses anunciaram que os dois estariam envolvidos numa tentativa de golpe de Estado.

A informação chegou via Direcção-Geral dos Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau e dão conta que a tentativa de golpe de Estado seria liderada pelo antigo ministro da Defesa guineense, Hélder Proença, e teria ainda a participação do candidato presidencial Baciro Dabó, ambos assassinados esta madrugada.

Madrugada sangrenta em Bissau

A madrugada na capital da Guiné-Bissau foi sangrenta com o candidato presidencial guineense Baciro Dabó a ser assassinado com vários tiros por homens vestidos com uniformes militares.

A morte de Dabó aconteceu na sua residência em Bissau, cerca das 3 horas locais, e a RTP apurou que o acto foi levado a cabo por homens vestidos com uniformes militares segundo descreveram os seguranças de Baciro Dabó.

Pouco depois de ser conhecida a morte do candidato, dezenas de apoiantes e vizinhos do bairro da Ajuda, a cerca de três quilómetros do centro de Bissau, concentraram-se junto à residência de Baciro Dabó.

Mais tarde chegava a informação, já confirmada pela RTP, de que o antigo ministro da defesa, Hélder Proença, também tinha sido assassinado a tiro na estrada entre Bula, no norte do país, e Bissau, assim como o motorista e um segurança.

Recorde-se que a campanha para as eleições presidenciais, a terem lugar de 28 de Junho, começa a amanhã, mas depois dos acontecimentos desta madrugada já foram várias as vozes a manifestar a intenção do adiamento do acto eleitoral.

Comunicado divulga lista de implicados
Um comunicado da Direcção-Geral de Informação do Estado da Guiné-Bissau dá conta da tentativa de golpe de Estado desta madrugada, que resultou na morte de quatro pessoas, e revela ainda os nomes das pessoas que estavam implicadas.

"A Direcção-Geral de Informação de Estado comunica que na noite do dia 4 de Junho do corrente ano, foi abortada uma tentativa de golpe de Estado, perpetrado por um auto denominado Alto Comando das Forças Republicanas para a Restauração, liderado pelo senhor Hélder Proença", refere o comunicado.

Lê-se ainda na missiva que "Hélder Proença deslocou-se de Dacar para vir coordenar as acções" e que "tratando-se de um acto de subversão da ordem constitucional e que os autores estavam armados, foi solicitado o apoio da Polícia da Ordem Pública para o efeito do seu desarmamento. Durante a operação, alguns renderam-se voluntariamente, enquanto que outros mostraram resistência contra as forças de ordem, o que culminou com trocas de tiros, tendo sido vitimados mortalmente".

No mesmo documento, a Direcção-Geral de Informação do Estado refere que o Alto Comando era ainda composto por "Roberto Cacheu, Marciano Silva Barbeiro, Daniel Gomes, Faustino Imbali, Veríssimo Nancassa, Daciro Dabó, Conduto de Pina, Tito Danfa e Domingos Brosca, Sandji Fati, Afonso Té, Domingos Indi e João Monteiro".

Hélder Proença, ex-ministro da Defesa, Marciano Barbeiro, também antigo ministro da Defesa, Daniel Gomes, antigo ministro das Pescas, Conduto de Pina, antigo ministro do Turismo, e Roberto Cacheu, antigo secretário Estado da Cooperação Internacional, são todos dirigentes do PAIGC, partido no poder.

Roberto Cacheu é o director da campanha de Malam Bacai Sanhá, candidato presidencial do PAIGC às eleições de 28 de Junho, enquanto que Daniel Gomes e Marciano Barbeiro fazem parte da direcção da campanha.

O comunicado indica ainda que estariam envolvidos na alegada tentativa de golpe de Estado o antigo primeiro-ministro Faustino Imbali e vários antigos oficiais das Forças Armadas.

Escreve-se ainda no comunicado que caso o alegado golpe tivesse tido êxito, o grupo liderado por Hélder Proença visava a "liquidação física do actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior", que se encontra em Portugal por motivos de saúde.

De acordo com o comunicado, o grupo também iria dissolver o Parlamento, destituir o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, bem como o actual Estado-Maior General das Forças Armadas.

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