Tensão entre caravana de Mondlane e polícia com tiros disparados

por Lusa

A caravana do candidato presidencial Venâncio Mondlane viveu quinta-feira momentos de tensão com a polícia, entre tiros disparados, no distrito de Vanduzi, província de Manica, centro de Moçambique.

O incidente aconteceu após a polícia ter alegadamente impedido a passagem da caravana do candidato, com milhares de apoiantes, conforme é possível observar na transmissão pelas redes sociais que o candidato às eleições gerais da próxima quarta-feira faz de todas as suas ações no terreno.

Após alguns momentos de paragem e troca de palavras, são ouvidos vários disparos a partir do posicionamento das forças policiais e a saída da rua dos apoiantes de Venâncio Mondlane, que insistia: "Vamos atravessar ou não?".

Colocado em cima do camião da caravana, ao ouvir os disparos, o candidato retorquiu: "Senhor comandante, o senhor está a disparar? Dispara lá para mim agora, dispara para mim".

"Em vez de nos defender, estão a defender bandidos e malandros", disse ainda.

A situação acalmou poucos minutos depois, mas fonte oficial da Polícia da República de Moçambique na província de Manica já confirmou que foi aberto um processo contra Venâncio Mondlane, "indiciado ao crime de incitação à violência", exercício de campanha eleitoral "fora do horário estabelecido", que é das 07:00 às 21:00, e não observância do trajeto estabelecido para as caravanas.

A polícia também responsabiliza o candidato e os elementos do partido Podemos, que apoia a candidatura, de terem vandalizado uma viatura durante o percurso, com agressões aos ocupantes.

Moçambique realiza na próxima quarta-feira as sétimas eleições presidenciais - às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

A campanha eleitoral termina no domingo.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar na quarta-feira, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados da Comissão Nacional de Eleições.

Concorrem à Presidência Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).

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