A tempestade tropical "Wilma" transformou-se num furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson (de cinco), anunciou hoje o Centro Nacional de Furacões (NHC) sedeado em Miami (Florida, sudeste).
O "Wilma" é o 12º furacão registado esta temporada no Atlântico e poderá atingir as costas do sul da Florida até ao final da semana.
O NHC advertiu, entretanto, que este ciclone deverá ganhar mais força: o "Wilma" deverá tornar-se num "furacão intenso" de categoria 3 (com ventos que poderão ir de 178 a 209 quilómetros por hora) dentro de um ou dois dias, à medida que avança nas águas quentes do mar das Antilhas.
Às 15:00 TMG (16:00 em Lisboa), o "Wilma" encontrava-se a cerca de 320 quilómetros a sul-sudeste da ilha de Grande Caimão e a cerca de 325 quilómetros a este-noroeste do Cabo Graças a Deus, na fronteira entre a Nicarágua e as Honduras.
Este ciclone desloca-se para noroeste a uma velocidade de 11 quilómetros por hora e deverá manter esta trajectória ao longo das próximas 24 horas, antes de se deslocar para nordeste.
A época de furacões começou no início de Junho e termina no final de Novembro.
Nos últimos meses, o sul dos Estados Unidos e a América Central foram particularmente atingidos por uma série de ciclones mortíferos.
O último registado até à data, o "Stan", matou mais de 2.000 pessoas na Guatemala e em Salvador.
As instalações petrolíferas do golfo do México, onde se concentra perto de 30 por cento da produção norte-americana de petróleo, foram fortemente atingidas à passagem dos ciclones "Katrina" e "Rita".
Actualmente, 66 por cento da produção habitual de petróleo e 55 por cento da produção de gás estão ainda paralisadas, enquanto seis refinarias permanecem fechadas.
Segundo os analistas, a produção de petróleo dos Estados Unidos era, em Setembro, a mais fraca registada desde a Segunda Guerra mundial.
Até sexta-feira, o centro do "Wilma" deverá aproximar-se das costas ocidentais de Cuba, e do sul da Florida este fim-de-semana, pelo que as autoridades cubanas deram já início à evacuação das zonas de risco.
Mais de 5.000 pessoas foram hoje retiradas no sul de Cuba devido à aproximação do "Wilma", que se manifesta já através de chuvas torrenciais e danos materiais, anunciaram as autoridades locais.
Apesar de ainda se encontrar a mais de 400 quilómetros do sudeste da ilha, o "Wilma" provocou aluimentos de terra e inundações.
Duzentas e vinte casas ficaram destruídas e cinco soterradas em Santiago de Cuba, Guama e Tercer Frente (sul), segundo um comunicado do Estado-maior da Defesa civil.
Cerca de 5.200 pessoas foram retiradas nas províncias e Guantanamo, Granma e Santiago e mais de 5.000 estudantes que participavam em trabalhos agrícolas perto de Santiago de Cuba foram colocados em abrigos.
O Instituto de Meteorologia de Cuba (IMC) recomendou à população que acompanhe atentamente a evolução e a trajectória do ciclone, considerado como um perigo potencial para toda a ilha.
Um estado de alerta pré-ciclónico está também em vigor no arquipélago das Caimão e foi emitido um aviso de tempestade tropical nas Honduras, na fronteira com a Nicarágua.
O "Wilma" poderá ameaçar o oeste de Cuba, a península de Yucatan (México) e o sul da Florida, alertou, por seu turno, o NHC.
As chuvas fortes que acompanham o ciclone poderão atingir igualmente as Caimão, a Jamaica e o Haiti, bem como as regiões costeiras da Nicarágua e das Hoduras, onde o nível de precipitação poderá atingir os 25 a 35 centímetros.