Tempestade Espanha. Governo apela à população para não sair de casa

por Inês Moreira Santos - RTP
Susana Vera - Reuters

Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma "depressão isolada em níveis altos", um fenómeno meteorológico conhecido como DANA que já matou mais de 200 pessoas no país. As equipas de emergência procuram ainda pelos desaparecidos e o primeiro-ministro espanhol garante que está a ser tudo feito para os encontrar.

Foram destacados mais 500 militares para as operações de busca na região de Valência. Juntam-se aos mais de 1200 elementos da Unidade Militar de Emergência que já se encontravam no terreno.

Há ainda dezenas de pessoas desaparecidas. O número de mortes em Espanha devido às inundações subiu para 205, das quais 202 na Comunidade Valenciana, segundo o mais recente balanço das autoridades espanholas.

"Neste momento, e de forma provisória, o número de vítimas mortais atinge as 202 pessoas", anunciaram os serviços de emergência de Valência em comunicado hoje divulgado.

O número de vítimas deverá continuar aumentar, uma vez que há muitas pessoas desaparecidas e que as equipas de emergência continuam a procurar os desaparecidos em carros que ficaram submersos e nos edifícios inundados.

No domingo, chega a Valência uma Unidade Militar de Emergência com mais de 1.200 elementos para operações de resgate e limpeza.

Mais de 150 estradas continuam intransitáveis. A previsão de mais chuva coloca várias povoações de Huelva sob aviso vermelho. E redobram-se os apelos para que os cidadãos só saiam de casa para o estritamente necessário.

Pedro Sánchez garantiu, em conferência de imprensa, que está a ser feito tudo o que é possível para encontrar os desaparecidos.

"O nosso compromisso, por terra, mar e ar, por todos os meios, durante o tempo que fizer falta, com todos os recursos possíveis, é encontrar agora todas as pessoas desaparecidas", disse o primeiro-ministro, acrescentando que também do ponto de vista económico, o Estado estará disponível com todos os recursos.

O presidente do governo espanhol voltou a pedir às pessoas que cumpram as indicações das autoridades.

"A DANA continua e, por favor, fiquem em casa. Não saiam", apelou ainda Sánchez.

O mais importante neste momento, continuou, "é salvaguardar o maior número de vidas possível".

O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo.

A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.
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