Teerão descarta responsabilidades no ataque contra turistas israelitas

por RTP
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O regime iraniano procurou esta quinta-feira afastar responsabilidades no ataque terrorista que ontem fez cinco vítimas mortais entre o grupo de turistas israelitas visado num aeroporto da Bulgária. Teerão condena “de forma vigorosa todos os atos terroristas”, declarou o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros. Ramin Mehmanparast explicou que o regime vê esse tipo de situações em que são colocadas em risco as vidas de inocentes como “um ato inumano”, já depois de os responsáveis do Governo israelita terem apontado ao Irão a responsabilidade do atentado, com a promessa clara de retaliação.

Um atentado suicida provocou esta quarta-feira sete vítimas mortais na Bulgária, quando um bombista-suicida se fez explodir num autocarro de turismo. Cinco vítimas eram turistas israelitas, a sexta vítima o condutor do autocarro e a sétima o bombista. Telavive não teve dúvidas em acusar o Irão de ser o mandante do ataque e os Xiitas libaneses do Hezbollah os executantes.

Uma versão diferente é apresentada pelos responsáveis do regime iraniano. De acordo com a televisão Al-Alam, Ramin Mehmanparast sustentou hoje que todas as ações que coloquem em perigo a vida de pessoas inocentes são vistas por Teerão como “inumanas”. Burgas, das mais importantes estâncias turísticas búlgaras, é muito popular entre os israelitas. É tradição os jovens passarem aí, junto ao Mar Negro, as suas férias de verão.

Israel alertou recentemente a Bulgária da possível ameaça de ataques dos libaneses do Hezbollah. Em janeiro foi encontrado um pacote suspeito num autocarro que transportava israelitas da Turquia para a Bulgária, o que levou Telavive a pedir às autoridades de Sófia o aperto das medidas de segurança.



“A República islâmica do Irão, que é a grande vítima do terrorismo, considera que colocar em risco a vida de inocentes é (…) um ato inumano que condena vigorosamente”, afirmou o porta-voz do MNE, para concluir, a propósito deste último atentado, que “a posição do Irão é de condenar todo o ato terrorista no mundo”.

A eliminação de cientistas iranianos, alguns ligados ao projeto nuclear do país, levou Teerão, no passado, a apontar o dedo a Israel.

Pelo meio desta guerra de palavras ficaram já as promessas dos responsáveis israelitas de responder ao que consideram ser uma vaga mundial de terrorismo.

Ehud Barak, ministro da Defesa, defendeu a teses de que “estamos confrontados com uma vaga mundial de terrorismo (…) e o atentado do aeroporto de Burgas, junto ao Mar Negro, foi levado a cabo por ativistas do Hezbollah e ordenado pelo Irão”.

“Vamos fazer tudo para encontrar os responsáveis pelo atentado de Burgas, e os seus mandantes, para que sejam punidos”, garantia Ehud Barak, repassando a teoria que parece estar já assente entre os responsáveis de Telavive. Ontem era precisamente esta a perspetiva do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu: “Todos os indícios apontam para o Irão”.

“Este é um ataque terrorista iraniano que se está a espalhar por todo o mundo”, afirmou Netanyahu logo após o atentado, deixando a promessa de que “Israel vai reagir fortemente ao terror do Irão”.

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