Teerão avisa Telavive que entrada do Hezbollah provocaria "enorme terramoto"

por Lusa
Zohra Bensemra - Reuters

Teerão pediu hoje a Israel para cessar os ataques a Gaza, alertando que a guerra se pode estender a outras partes do Médio Oriente se o Hezbollah se juntar à batalha e fazer com que Israel sofra "um enorme terramoto".

Em declarações aos jornalistas em Beirute, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, disse que o grupo xiita libanês Hezbollah tomou em consideração todos os cenários de uma guerra e que Israel deve parar os ataques a Gaza o mais rapidamente possível.

Israel considera o Hezbollah a sua ameaça imediata mais grave, estimando que o movimento tenha cerca de 150.000 foguetes e mísseis, incluindo mísseis guiados com precisão que podem atingir qualquer ponto de Israel.

O grupo, que conta com milhares de combatentes e participou no conflito de 12 anos na Síria, também possui diferentes tipos de `drones` militares.

Os combatentes do Hezbollah têm estado em alerta máximo ao longo das fronteiras do Líbano com Israel, na sequência do ataque de sábado passado do grupo islamita palestiniano Hamas, que causou a morte de centenas de civis e soldados israelitas.

No sábado, o Exército israelita afirmou que um ataque de um drone israelita ao longo da fronteira com o Líbano matou uma "célula" que estava a tentar infiltrar-se em Israel.

Na sexta-feira, o Hezbollah afirmou que os seus combatentes dispararam vários foguetes contra quatro posições israelitas ao longo da fronteira.

Amirabdollahian disse que se encontrou com o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, que o informou sobre as condições do grupo no Líbano.

"Eu conheço os cenários que o Hezbollah colocou em prática", disse Amirabdollahian. "Qualquer passo que a resistência (Hezbollah) dê causará um enorme terramoto na entidade sionista".

Amirabdollahian acrescentou: "Quero avisar os criminosos de guerra e aqueles que apoiam esta entidade antes que seja tarde demais para parar os crimes contra os civis em Gaza, porque pode ser tarde demais em poucas horas".

De olho no Hezbollah, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avisou outros atores do Médio Oriente para não se juntarem ao conflito, enviou navios de guerra americanos para a região e prometeu apoio total a Israel.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão disse que vai contactar os responsáveis da ONU no Médio Oriente porque "ainda há uma oportunidade de trabalhar numa iniciativa (para acabar com a guerra), mas amanhã poderá ser tarde demais".

A possibilidade de uma nova frente no Líbano traz de volta memórias de uma guerra feroz de um mês entre o Hezbollah e Israel em 2006.

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